A operadora Unifique mira na telefonia móvel como um dos principais fatores de crescimento para 2024. Até dezembro, a empresa espera construir uma base de 100 mil assinantes na vertical móvel.
Em call com analistas de bancos para explicar os resultados encerrados em dezembro passado, o CEO Fabiano Busnardo lembrou na tarde desta quinta-feira, 21, que há duas cidades no projeto piloto para a vertical – entre elas Timbó, a sede da companhia. Uma terceira deve começar a funcionar a partir de abril.
Até final do ano, contudo, o objetivo é alcançar 40 municípios da região Sul com cobertura própria a partir de um maior fluxo de investimentos. "Nós também já estamos vendendo serviço. Com a prerrogativa do roaming que temos, acabamos vendendo o serviço em outras cidades que não temos cobertura", afirmou.
De acordo com Busnardo, apesar de não ter começado a funcionar no ano passado, a rede móvel demandou esforços e recursos ao longo de 2023. O executivo frisou que a margem Ebitda, que teve uma ligeira redução na base anual, para 49,88%, teria sido melhor entre dois a três pontos percentuais não fosse o movimento.
"Isso demandou muito trabalho. Nós já temos uma equipe considerável que trabalha no desenvolvimento desses produtos e que, agora em 2024, a gente espera colher os frutos", disse.
Nos três primeiros meses do ano, a Unifique já comercializou cerca de 10 mil chips, sendo 1 mil em janeiro, 4 mil em fevereiro e em torno de 5 mil em março. Ele enfatizou a necessidade de implementar melhorias no sistema para avançar.
A longo prazo, a meta para a cobertura é alcançar um share de 10% nas cidades no período de 24 meses. Entre os desafios a serem superados, estão a dificuldade de fornecer a cobertura para aparelhos que precisam passar por atualizações para acessar os serviços da Unifique e os dispositivos que não possuem a rede 5G.
"Hoje, a gente tem uma gama de aparelhos mais novos, mais high-end, que já estão funcionando. Mas a gente tem, eu diria que 70% dos aparelhos que estão nas mãos dos assinantes, ainda aguardando as atualizações que estão por vir até a metade deste ano", disse Busnardo.
700 MHz
Para encontrar uma solução, a empresa vê como "interessante" a possibilidade de usar a faixa dos 700 MHz nesta linha de negócio. Isso porque a frequência permite a oferta da tecnologia 4G, agilizando o processo de entrada no segmento móvel. No entanto, o executivo entende que há o risco de, no futuro, o detentor primário solicitar todo o espectro.
Vale lembrar que após a devolução, pela Winity, da faixa de 700 MHz adquirida durante o leilão do 5G, a Anatel permitiu o uso secundário desta faixa, para evitar um maior período de ociosidade do espectro.
"A gente não sabe ainda exatamente se essa frequência vai para algum outro participante do leilão que teve no passado ou se ela vai ser colocada em licitação de novo. Se ela for colocada em licitação, abre a possibilidade de a gente adquiri-la no leilão. Se ela ficar com a empresa que liderou o leilão passado, abre a possibilidade de a gente fazer uma composição de utilização dessa frequência", disse.
M&As
De acordo com o CEO, a companhia possui um pipeline de aquisições tanto de provedores maiores quanto menores. Por conta das sinergias e da força local, o foco é a região Sul do país, mas não está descartado um negócio em outros estados. No entanto, essa eventual iniciativa exigiria um negócio de "maior envergadura".
"Não dá para você começar em uma região nova, muito pequena, diante do nível de competição que o mercado está. Então, essa possibilidade (de ir para outro estado) é real e o mercado está bastante aquecido. Nós estamos atentos às oportunidades. Se surgir algo que a gente entenda que vai gerar valor para o nosso negócio, nós, seguramente, estaremos preparados para seguir", disse Busnardo.
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