A destinação da faixa de 100 MHz na parte superior da faixa de 6 GHz, isto é, entre 7.025-7.125 MHz, é a única que será estudada para o uso de 5G para todas as regiões na próxima conferência de radioespectro da União Internacional de Telecomunicações, a WRC-2023. O conselheiro da Anatel, Moisés Moreira, confirmou uma recente declaração do gerente de espectro e órbita, Agostinho Linhares, sobre essa aplicação da pequena porção ao IMT.
"É uma realidade [a discussão da destinação] e ela possui papel de acompanhar as demandas, e assim tem sido feito", disse ele durante evento do Facebook Connectivity nesta terça-feira, 20. "Todo o setor pode ficar confiante na agência, ela está atenta a todas as inovações. A disputa pelo espectro é salutar, ela reverbera em outros assuntos. Mas peço que confiem em nós."
Na sexta-feira, 15, durante live do portal Tele.Síntese, Agostinho Linhares ressaltou que a Anatel deveria acompanhar a harmonização do espectro conforme o que for decidido no evento da UIT. Ou seja: 1.200 MHz para o uso não licenciado, e os 100 MHz de cima para IMT.
Sem demora
O consultor de espectro da camara-e.net, Amadeu Castro, opina que deveria haver maior agilidade para a aplicação dessa faixa de 100 MHz na região 2, onde está o Brasil. Ele reconhece que ainda faltam três anos para que seja de fato discutida na WRC-23, mas coloca: "A questão é quando e se vão estar disponíveis, e por que esperar até a conferência seguinte, provavelmente em 2027, para ter uma decisão final? Vamos ficar guardando espectro para uso futuro enquanto já tem demanda, congestionamento das [outras] faixas e para ter cobertura onde não local nem com 4G, muito menos em 5G".