Teles já foram mais baratas, mas seguem atrativas na B3, avalia BTG Pactual

As ações de Vivo e TIM na B3 não estão mais tão baratas, mas seguem como opções atrativas de valorização por conta dos efeitos esperados com a compra da Oi Móvel e de políticas de remuneração de acionistas. A avaliação é de relatório sobre o setor elaborado pela área de pesquisa do BTG Pactual.

No documento, analistas da instituição notam que, desde a eleição presidencial de 2022, as duas grandes teles listadas na bolsa brasileira superam a performance do Ibovespa – com alta de 19% nos papéis da TIM e de 11% na Vivo, contra 5% para o consolidado na bolsa.

"Para investidores que buscam ações de valor e desejam reduzir o risco do portfólio, as empresas de telecomunicações são boas opções. No entanto, as avaliações não estão particularmente baratas após o rali recente", resumiu o BTG – que ainda assim mantém recomendação de compra para as duas ações.

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No caso da TIM, o preço-alvo definido pelo banco segue em R$ 18, representando um potencial de upside de 21%. Já na Vivo, o preço-alvo de R$ 48 está aquém dos R$ 50 anteriormente apontados pelo banco, mas ainda significando 11% em potencial de valorização frente aos valores atuais.

Comparação

Para estimar o quão baratas estariam as ações da dupla na bolsa brasileira, o BTG comparou o Índice Preço Lucro (P/L, ou P/E na sigla em inglês) das empresas com outras teles integradas do mercado global. Considerando estimativas para 2024, a Vivo teria P/L de 13,2x e a TIM, de 13,1x – contra 10,5x na média das empresas internacionais. No caso, um índice mais alto pode representar indicativo de que a ação é negociada acima de seu "preço justo".

Por outro lado, o dividend yield das duas empresas seguiria atrativo – ficando em 6,4% no caso da TIM e 9,9% na Vivo. Neste sentido, a instituição financeira aponta que nem mesmo a pressão sobre a lucratividade em curto prazo gerada pela compra de ativos da Oi Móvel deve afetar os dividendos: no caso da TIM, por conta de R$ 7,9 bilhões em reservas de capitais e lucros que devem ser empregadas nos pagamentos. E na Vivo, com ajuda da redução de capital de até R$ 5 bilhões que deve resultar em pagamentos adicionais de dividendos ao longo dos próximos anos.

No geral, a área de pesquisa do BTG espera efeitos positivos para as teles com a consolidação dos ativos móveis da Oi (realizada pela dupla ao lado da Claro). Primeiro porque as empresas se tornariam mais capazes de repassar a inflação para os preços, "normalizando" dinâmica historicamente desafiadora para a cadeia por conta da chamada guerra de preços.

Outro fator esperado é a otimização de investimentos que reduziria a relação de capex sobre receitas das operadoras. No caso da TIM, o BTG espera que o indicador fique em 20% em 2023, gradualmente reduzindo para 17,5% nos próximos anos. E na Vivo, uma relação de investimentos/receitas de 17% é esperada já neste ano.

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