Google e celular: medos e oportunidades

Nenhum tema é mais discutido em qualquer evento de mídia hoje do que o consumo de conteúdos, seja conteúdos audiovisuais, músicas ou notícias, pela Internet. E nesse sentido, o Google é sempre o maior dos medos, ao lado da Apple com seu iPhone (e outras variações do iPod). Sem frustrar a regra, isso também pôde ser visto na NCTA Cable 2008, o principal evento de TV por assinatura dos EUA, que acontece esta semana em Nova Orleans.
"Vejo o Google como um amigo e inimigo: às vezes saímos juntos, e às vezes ficamos chateados porque ele sai com a mesma roupa que estamos usando. Em 2007, o Google passou a Disney em receitas publicitárias. Mesmo que as mídias não sejam as mesmas, a disputa é pelo mesmo dinheiro", diz KC Estenson, VP de mídia digital da Disney/ABC.
Para ele, o iPhone, por outro lado, é um problema mais para os operadores do que para os provedores de conteúdo. Esta é a análise que ele faz da entrada da Apple no mercado de mídia

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"A grande inovação do iPhone é que ele dá a possibilidade de que se desenvolvam aplicações que o usuário pode acessar com a mesma facilidade com que acessa outros recursos do telefone. O poder de definir o que será usado sai da mão da operadora e vai para o usuário", diz Estenson.
O que não se discutiu durante a NCTA Cable 2008, especificamente, é o que significa para a indústria de TV por assinatura o enorme peso do serviço iTunes, da Apple, onde programadores vendem seus conteúdos a preços mais baratos e de forma mais simples do que em plataformas de distribuição tradicionais, como o as redes de cabo.

Mobilidade

Oura fronteira para os provedores de conteúdo é o mundo do celular.
"Não temos mais dúvida de que a tela móvel é a nova fronteira para nós programadores, principalmente para quem produz notícia", diz a produtora executiva da CNN.com Sandy Malcolm. "Em cinco anos, o celular será a nossa principal tela", diz Joe Fiveash, vice-presidente executivo do Weather Channel.
"Para o programador, essas novas telas complicam um pouco a vida porque precisamos ter vários times desenvolvendo vários produtos, mas abrem-se também mais oportunidades", diz Estenson. "Hoje, no mundo 2.0, já conseguimos entregar em diferentes mídias, de maneira não-linear, aquilo que o usuário tinha disponível nas mídias tradicionais. O desafio 3.0 é conseguir adivinhar o que o usuário vai querer, e o problema é que o conteúdo que ele pode querer não necessariamente vai estar disponível na sua oferta", completa Estenson.

Conflito de interesses

Se por um lado a Internet e o celular surgem como uma alternativa aos programadores, por outro representam uma preocupação para os operadores. "O programadores nos dizem que estão colocando seus conteúdos na Internet de graça ou pagos por publicidade porque não têm outro modelo. Eles perguntam se nós nos importamos. Sim, nós nos importamos", diz Glenn Britt, CEO da Time Warner Cable.

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