Dados divulgados na "Pesquisa de Inovação Semestral 2022: indicadores básicos", mostram que em 2022, as empresas industriais inovadoras com 100 ou mais pessoas ocupadas investiram R$ 36,9 bilhões em atividades internas de P&D.
Para a estimativa, foram entrevistadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 1.532 empresas de um total de aproximadamente 9 mil existentes no Brasil, entre os meses de agosto e outubro de 2023.
As empresas da Indústria de transformação foram responsáveis por 83,5% desse valor e as das Indústrias extrativas, por 16,5%. O levantamento foi feito em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A maior parte, cerca de 86,3% desse montante, foi realizada pelas grandes empresas, com 500 ou mais pessoas ocupadas; ao passo que 7,8% provieram das empresas inovadoras de 250 a 499 pessoas ocupadas; e 5,9% das empresas de 100 a 249 pessoas ocupadas.
As atividades industriais que, proporcionalmente, mais investiram em P&D foram os fabricantes de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, com 92,9% do setor investindo; os fabricantes de produtos químicos, com 74,1% e os fabricantes de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, com 68,8%.
Por outro lado, a Pesquisa de Inovação Semestral 2022: indicadores básicos mostra que os setores com menor proporção de empresas que realizaram dispêndios em atividades internas de P&D foram: Metalurgia, 17,1%; Confecção de artigos do vestuário e acessórios, 12,7%; e Manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos, 10,6%.
A pesquisa também mostra que a expectativa para 2024 é a de que 50,8% das empresas pretende aumentar seus investimentos em P&D em relação a 2023. Já 46,6% esperam manter e apenas 2,5% pretendem reduzir.
Produtos inovadores
Considerando-se o percentual de empresas entrevistadas que inovaram em novos produtos (47,3%), o setor de Informática e equipamentos ópticos lidera com 77,7% de produção de novos produtos no mercado, seguido por Produtos químicos, com 75,4%, e por Máquinas e equipamentos, com 73,3%.
Para Ricardo Cappelli, presidente da ABDI, o Brasil está em uma corrida onde se nota constante mudanças. "De um ano para outro, temos cadeia mudando sempre. O Brasil gerou em 2023 [apenas] 250 patentes. Há países que registraram mais de 6 mil patentes. Para corrigir isso, precisamos de parcerias com as Universidades e investimentos das empresas", afirmou durante o evento de apresentação da pesquisa.
Ele também acredita que é preciso transformar estes dados em uma realidade que aponte para uma maior inovação da indústria brasileira.