Além do balanço financeiro da Nokia divulgado nesta quinta-feira, 19, com redução de 15% na receita orgânica do grupo, a fornecedora finlandesa também anunciou um programa de corte de custos que deve envolver redução de até 14 mil colaboradores.
A companhia está mirando economia de 800 milhões a 1,2 bilhão de euros até 2026, incluindo a partir de corte de 10% a 15% dos gastos com pessoal. Hoje a Nokia conta com 86 mil funcionários, em marca que deve ficar entre 72 mil e 77 mil ao fim do programa (denotando de 9 mil a 14 mil demissões).
A fornecedora ainda projeta 400 milhões em reduções de custos já em 2024. As "economias" devem ocorrer primariamente nas áreas de Redes Móveis e Cloud/Serviços de Rede da fornecedora, bem como em funções corporativas.
"Temos funcionários incrivelmente talentosos na Nokia e apoiaremos todos os que forem afetados por esse processo. Redefinir a base de custos é um passo necessário para se adaptar à incerteza do mercado e garantir nossa lucratividade e competitividade a longo prazo", afirmou o presidente e CEO da Nokia, Pekka Lundmark.
No terceiro trimestre, a receita da operadora caiu 20% em termos reportados e 15% no orgânico, para 4,982 bilhões de euros. A maior queda ocorreu na divisão de Redes Móveis (19%), embora a área de infraestrutura fixa também tenha registrado recuo significativo (14%). Cloud e Serviços de Rede caíram 2%.
Assim como a concorrente Ericsson, a Nokia indicou cenário global de incertezas macroeconômicas pressionando o investimento de operadoras, com crescimento em mercados emergentes como a Índia não compensando a queda da demanda nos Estados Unidos. No terceiro trimestre as vendas na América Latina também caíram: -17%, para 262 milhões de euros.
Ainda assim, a empresa vê recuperação no médio e longo prazo, projetando melhora em alguns dos negócios já a partir do quarto trimestre. A Nokia encerrou o terceiro trimestre com margem de 8,5% (ante 10,5% um ano antes) e lucro de 299 milhões de euros (queda de 46%).