Analistas do mercado avaliam que a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) tende a continuar a tendência principal de alta mesmo com a iminência da guerra no Iraque. Isso, principalmente, porque já há um visível retorno de investidores externos (leia-se dinheiro de brasileiros aplicados em fundos no exterior) e certo aumento da participação relativa do Brasil no portfólio de fundos estrangeiros. Estes têm reduzido suas posições no México e na Rússia. Os recursos provenientes de estrangeiros têm representado para a corretora Itaú, por exemplo, cerca de 40% do volume de negócios.
Também é corrente a avaliação de que o setor de telecomunicações deve ser o beneficiário imediato da melhora do mercado em detrimento dos setores defensivos, que já subiram muito, como papel e celulose, mineração e exportadores em geral. Telemar, Brasil Telecom, Telesp Celular e Telemig Celular devem ser especialmente beneficiadas.
Os profissionais chamam ainda a atenção para o impacto favorável da queda da taxa de câmbio e da melhora dos fluxos de recursos externos sobre o endividamento das empresas de telecomunicações. Isso melhora a posição relativa da Embratel e das empresas de telefonia celular.
Tendência nos EUA
Também nos Estados Unidos prossegue a recuperação do setor de telecomunicações. Lá, ao contrário do Brasil, o segmento de celular tem um desempenho melhor do que da telefonia fixa.
Nos últimos cinco pregões, o índice Dow Jones subiu 7,83%. A telefonia fixa apenas acompanhou, com alta de 7,58%, enquanto o segmento sem fio avançou 11,65%. As celulares – que partiram para fortes campanhas junto a jovens e reduziram a guerra de tarifas — registram uma pequena alta de 0,52% no ano contra quedas de 16% da telefonia fixa e 2,38% do Dow Jones.