José Dirceu manda investigar Cantidiano

Não estão passando em branco no governo as denúncias de conflitos de interesse na atuação do presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Luiz Leonardo Cantidiano. Ao contrário, o assunto passou para a esfera política. Pastas com as acusações são analisadas por uma pessoa da estrita confiança do ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, segundo fonte do Planalto. Trata-se do mesmo assessor que, durante a campanha e, depois, na montagem do governo, era incumbido da investigar os nomes indicados. "Posso dar certeza que essa pessoa conhece a fundo as operações e as pessoas do grupo Opportunity", comentou a fonte. Cantidiano teve o Opportunity Fund como cliente em caso que é hoje parte do processo 08/2001, que apura denúncias da presença de pessoas residentes no Brasil entre os cotistas do fundo. A Controladoria Geral da União (CGU) já investiga o assunto.
Preocupações com o impacto no mercado com uma eventual saída de Cantidiano não há. Principalmente porque foram ouvidas críticas entre corretoras sobre "falta de pró-atividade" do presidente da CVM em problemas recentes do mercado, como no caso da incorporação da TCO pela Telesp Celular. "A CVM já deveria estar trabalhando em alguma coisa para evitar que os preferencialistas voltem a ser prejudicados", disse a analista de telecomunicações de uma das corretoras mais atuantes no setor. "Ainda vamos ter que pedir ajuda à SEC nos Estados Unidos", completou.

Colegiado

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Enquanto isso, prossegue a espera pela indicação de novos membros do colegiado da CVM. Há seis meses está vaga uma cadeira, deixada pelo advogado Marcelo Trindade, e há rumores de que o também advogado Luiz Antônio de Sampaio Campos estaria deixando o colegiado para voltar à iniciativa privada, no escritório Barbosa, Müssnich e Aragão. Segundo a assessoria de imprensa da CVM, nenhum nome foi indicado até agora para substituir Trindade e não há um prazo legal para que isso seja feito. O presidente da entidade pode sugerir nomes para o colegiado, mas eles precisam ter o aval do Ministério da Fazenda, ser sabatinados pelo Congresso e nomeados por Lula.

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