De olho em PMEs, iZettle espera fechar 2014 com 150 mil usuários no Brasil

Crescendo a base de usuários em quase três vezes em um ano no Brasil, a empresa de pagamentos móveis iZettle pretende fechar o ano com 150 mil terminais. Atualmente, a companhia conta com 135 mil usuários, mas enxerga oportunidade no segmento de pequenas e médias empresas, mercado que tem um potencial de gerar volume de US$ 51 bilhões por ano em transações com cartão de crédito em smartphones, segundo pesquisa da Timetric encomendada pela bandeira Visa.

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O cenário brasileiro é convidativo, com 6,4 milhões de pequenos empresários, que são responsáveis por 52% dos empregos no País, segundo o Sebrae, e é o segundo maior mercado em transações de crédito, movendo US$ 1 trilhão em 2014 segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). De acordo com o CEO da iZettle no País, Anders Norinder, esses pequenos negócios são tocados por pessoas com média de 36 anos e que "empreendem pela necessidade, não apenas por uma grande ideia ou inovação de mercado". O uso de cartão, no entanto, é uma oportunidade de se mostrar modernidade nesse negócio, segundo Norinder.

Na base de 135 mil usuários da iZettle, a maior parte (33,7%) é de venda direta, seguida de varejo (25,5%), lojas de acessórios (12,18%), serviços profissionais (8,57%), salões de beleza (5,34%), serviços de alimentação (3,66%), assistência em informática (3,12%), construção civil (2,33%), profissionais de saúde (2,07%), consertos e reparação (1,99%), comércio de arte (1,4%) e táxi (1,1%).

Norinder explica que a parceria com o banco Santander é base da operação no Brasil (a companhia é uma startup sueca fundada em 2010) em joint-venture, mas que isso não impede transação com cartões de outros bancos. "Aceitamos Visa e MasterCard e sim, estamos com conversas para aceitar outras bandeiras", explica o executivo. Ele diz ainda que o banco tem exclusividade como canal de instituições financeiras na venda e distribuição da solução de pagamento móvel como máquina de cartão (mPOS), mas que a empresa está aberta a outros clientes. "Talvez não sejamos mais uma startup, somos uma empresa estabelecida. Nossa mentalidade é de startup, mas somos bem estabelecidos no mercado brasileiro", declara.

A iZettle afirma ter gerado um volume de US$ 850 milhões em transações em 2013, crescendo cinco vezes em faturamento com transações entre 2012 e 2013. A empresa sueca tem atuação em nove países e deverá anunciar o décimo ainda nesta semana. "Para 2015, queremos consolidar a liderança global, continuar no topo de inovação em mPOS e ampliar a oferta de ferramentas de gestão para PMEs", declara Anders Norinder, prometendo ainda um devkit da solução para Android, mas sem dar prazo.

Cenário favorável

O volume anual de negócios, considerando todo o mercado de mPOS no Brasil, é de US$ 1 bilhão, segundo o levantamento encomendado pela Visa. São 475 mil estabelecimentos ou empresas, com 500 mil usuários/terminais e 28 milhões de transações por ano. "No entanto, a relação do volume de transações de mPOS e de POS comuns é de 0,4%", ressalta o diretor de negócios com comércios da Visa, Renato Rocha. Ele compara com o mercado dos Estados Unidos, que gera US$ 37 bilhões em volume e 186 milhões de transações, mas que ainda tem uma relação de 1,5% para pagamentos móveis.

Rocha aponta para o potencial de volume anual de US$ 51 bilhões em transações "exceto cartões" entre as PMEs, segundo estudo da Euromonitor. "A distribuição atual é de 65% de usuários mPOS em venda diretas, no varejo sem contar com alimentação e em serviços profissionais", declara. Ele explica que a base de taxistas é de cerca de 150 mil usuários, mas que naturalmente há uma maior presença no segmento de vendas diretas, que, sozinho, representa 25% do total.

Há ainda outros US$ 50 bilhões em grandes empresas, como cadeias de fast food, restaurantes, lojas de departamento e supermercados. "Isso no Brasil está engatinhando, tecnicamente as soluções já estão disponíveis", destaca Rocha. Ele explica que os mPOS podem ser usados ainda para adicionar valor aos estabelecimentos, como aproveitar para diminuir filas, ferramenta para o vendedor discutir o produto com o cliente, vendas fora de estoque (utilizando e-commerce), ferramenta de gestão de clientes e de CRM. O diretor da Visa ressalta ainda pontos de atenção no mercado brasileiro, como a regulamentação do Banco Central, a nota fiscal eletrônica para o consumidor, a integração entre aplicativos e soluções de mPOS e o segmento porta a porta.

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