A Anatel aprovou o pedido de anuência prévia da Telefônica Brasil (Vivo) para a realização de uma ou mais reduções do capital social na companhia, como forma de abrir caminho para incremento na remuneração de acionistas.
O aval foi concedido pela agência na reunião do Conselho Diretor da última sexta-feira, 15, e comunicada pela Vivo ao mercado neste último domingo, 17. A redução terá um valor máximo de R$ 5 bilhões. Hoje, o capital social da tele é de R$ 63,5 bilhões.
A empresa solicitou em fevereiro autorização à Anatel para proceder com a operação. A redução pode ser dividida em um ou mais eventos ao longo dos próximos anos, a depender das condições financeiras da Vivo e do cenário macroeconômico.
A aprovação pela Anatel era necessária dado o papel da Vivo como concessionária de telefonia fixa (STFC). A empresa já contava com aval do Conselho de Administração para a redução de capital e agora vai submeter o assunto aos acionistas. Segundo estimativa da área de pesquisa do banco BTG Pactual, deve levar pouco mais de três meses para a operação ser totalmente aprovada e a Vivo ser autorizada a efetuar os pagamentos.
"Dessa forma, o dinheiro (ou pelo menos a primeira parcela) poderia chegar aos acionistas entre o final deste ano e o início do próximo ano. Ainda não sabemos exatamente como a Vivo fará o pagamento, pois pode ser feito em uma ou mais parcelas. A resposta provavelmente dependerá da geração de caixa e da desalavancagem da empresa, já que a possibilidade de a Vivo contrair dívida para isso em um cenário de altas taxas de juros é improvável. Acreditamos que a Vivo fará esse pagamento nos próximos três anos: R$2 bilhões em 2023-24 e R$1 bilhão em 2025", postulou o relatório do banco, divulgado nesta segunda-feira, 18.
"A redução de capital é um excelente mecanismo para a empresa melhorar a remuneração dos acionistas. A Vivo possui R$64 bilhões em capital e poderia, possivelmente, operar o negócio com muito menos", avaliou o BTG Pactual, no documento. (Matéria atualizada às 15h53)