Para Neotec, Anatel desconsidera HDTV e banda larga no futuro do MMDS

A Anatel, ao decidir os termos da Consulta Pública 31, que estabelece as condições de exploração da faixa de 2,5 GHz, fez duas ponderações em relação ao futuro do MMDS (que hoje ocupa a faixa). Uma é que o serviço se viabilizaria em apenas 50 MHz com 70 canais, mas teria que adotar tecnologia de compressão MPEG 4, e que mesmo assim não haverá espaço para a banda larga. Outra é que o serviço teria a opção de migrar para uma nova faixa de frequência, na casa dos 28 GHz, utilizando a tecnologia LMDS. A associação Neotec, que repreenta os operadores de MMDS, avalia que o entendimento do conselheiro-relator da Anatel João Rezende sobre o futuro do serviço merece algumas ponderação. A Neotec concorda que em MPEG 4 seria possível transmitir 70 canais. "Mas observe-se que são 70 canais em definição standard (SD), enquanto as tecnologias concorrentes em TV por assinatura estão todas partindo para a alta definição (HD)", diz Carlos André Lins de Albuquerque, diretor executivo da associação. Para ele, ainda que as técnicas de compressão evoluam, haveria a necessidade de um investimento adicional, e hoje a maior parte dos operadores de MMDS já iniciou sua digitalização com tecnologia de compressão MPEG 2. A Neotec avalia que a Anatel está em linha com o que diz a associação ao reconhecer que não haveria sobra para a oferta de serviços banda larga. A leitura, contudo, é que a Anatel está desconsiderando o fato de que nenhuma tecnologia é competitiva se não oferecer a possibilidade de convergência de serviços.
Celularização
Sobre a possibilidade de uso da faixa de 28 GHz e da tecnologia LMDS, Carlos André pondera que essa é uma tecnologia inadequada para a inclusão digital e que só se viabiliza em centros densamente povoados. "O LMDS exige linha de visada direta. As redes teriam que ser celularizadas, o que demandaria grandes investimento. E definitivamente não é uma tecnologia que se preste à inclusão de regiões pouco populosas", explica o executivo. Ele cita que há apenas um caso de operação de LMDS comercial no mundo, em Portugal, em uma situação muito diferente da brasileira. Para a Neotec, o MMDS em 2,5 GHz seria a opção ideal para atender com serviços de vídeo e banda larga regiões remotas e menos densas.

Notícias relacionadas
A íntegra do relatório de João Rezende está disponível na home page do site TELETIME.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!