Processo de caducidade da concessão da Oi é (por enquanto) apenas parte da busca de alternativas

Foto: Pixabay

A abertura do processo de caducidade da concessão de telefonia da Oi, aberto formalmente pela agência no último dia 8, não está sendo encarada pela Anatel como o fim da operadora, mas sim como um elemento que seja capaz de provocar a aceleração de outros processos capazes de resolver a situação da empresa de maneira mais eficiente. Segundo apurou este noticiário, a agência quer repetir a estratégia adotada quando foi aberto o processo de caducidade da Sercomtel, em 2017. A Sercomtel era a concessionária de telefonia fixa na cidade de Londrina/PR.

Na ocasião, havia um impasse entre os controladores da empresa sobre como resolver o problema do endividamento da companhia e sua capacidade operacional. Como os acionistas não estavam dispostos a colocar mais recursos na empresa e também não se mobilizavam para encontrar uma solução, a Anatel avançou com o processo de caducidade e com a preparação de um edital de venda da concessão. Isso acelerou, no entendimento da agência, a disposição dos acionistas (na época, a prefeitura de Londrina e a estatal Copel) a buscarem uma solução de mercado. No fim, a empresa foi vendida para o fundo Bordeaux, que depois adquiriu também a Copel Telecom, e hoje as duas companhias adquiridas pelo fundo de Nelson Tanure compõem a Ligga Telecom, empresa que inclusive participou do leilão de 5G adquirindo lotes regionais da Região Sul (PR e SC), São Paulo e no Região Norte.

Sob o controle da Anatel

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No caso da Oi, o processo de caducidade sempre foi uma possibilidade que a Anatel tinha do ponto de vista das medidas regulatórias possíveis. Na verdade, há outra, também em análise, que é a possibilidade de intervenção, noticiada e analisada por TELETIME. Mas nenhuma delas é considerada adequada, porque apenas precipitariam o fim da operadora, com impactos diretos no cenário competitivo, sobre os usuários e trabalhadores da empresa. Mas são as únicas medidas que dependem exclusivamente da Anatel. "São as duas coisas que a Anatel pode fazer e que estão inteiramente sob o nosso controle", diz um dirigente da Anatel. As outras duas soluções possíveis são um acordo envolvendo TCU, AGU, Anatel e a própria Oi que permita a migração da empresa para o modelo de autorização e o fim da arbitragem; e a quarta alternativa seria o fim do regime público da telefonia fixa por decreto, o que depende de uma decisão do governo.

Nesses dois casos que não dependem apenas da Anatel (acordo ou fim do regime público por decreto), ao deixar de ser concessionária, a Oi teria mais liberdade para buscar um investidor que assumisse suas dívidas, assumisse a operação e vendesse parte dos ativos ainda existentes, sem as limitações trazidas pelo peso da concessão: bens reversíveis, obrigações regulatórias. Nesse momento, a Anatel está tentando costurar a primeira opção, ou seja, um acordo, em que haveria uma espécie de encontro de contas entre o que a Oi entende que a União deve a ela no processo de arbitragem, o que a Anatel e o TCU entendem que vale a migração do modelo de concessão para autorização e de uma eventual renegociação pactuada com a AGU para os cerca de R$ 7 bilhões em dívidas que a Oi tem com a União (que já decorrem de uma renegociação feita em 2021, em que a União aceitou um refinanciamento com um corte de 55% no total).

Mas a abertura formal do processo de caducidade foi também uma forma de responder à Oi quando a operadora decidiu manter a arbitragem correndo e ainda elevou seus pleitos de R$ 16 bilhões iniciais para R$ 53 bilhões. Havia um alinhamento, segundo fontes da Anatel, que enquanto houvesse a busca de uma solução pactuada, a Oi suspenderia a arbitragem, o que não aconteceu . As relações se distanciaram um pouco, mas não foram rompidas.

Em resumo, segundo apurou este noticiário, a abertura do processo de caducidade não significa que a Oi terá sua concessão suspensa no curto prazo e os bens reversíveis serão retomados, pelo menos não agora. Mas a Anatel fica com essa arma engatilhada caso outras soluções não se mostrem viáveis.

1 COMENTÁRIO

  1. A Oi quer ser dona de tudo cabos, fios, postes, bueiros, sarjetas????!!! loucos!!!
    isso mecheira a monopólio. Escândalo.
    que vergonha essa Oi e v-tal, a Anatel tem que dar uma basta nisso.
    nossos telefones fixos STFC baratos tem que ser preservados.
    Ea internet banda larga via Rede elétrica barata tem que ser desengavetada
    para acabar com essa bagunça das Telecoms nos postes públicos!!
    e abusos da oi vendendo produtos, fechando tudo e gerando desemprego.
    Internet via Rede elétrica por menos de 15 reais
    e telefone fixo STFC por menos de 25 reais, queremos isso!!!!
    A Oi acha que não é possível mais; então caia fora, só quer lucro!!
    Se a moda pega!!!
    agora toda empresa endividada querer se salvar ganhando
    de presente o bem publico para sí!!! rsrsrs

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