Com calote da Rioforte, Fitch corta ratings da PT e da Oi para "junk"

A agência de avaliação de risco Fitch cortou os ratings tanto da Portugal Telecom (PT) quanto da Oi para o patamar especulativo BB+, também conhecido como "junk" ("lixo") na noite de quarta-feira, 16, com perspectiva estável, depois de oficializado o não pagamento da maior parte dos 897 milhões de euros investidos pela PT em papéis da Rioforte na última terça, 15. Na quarta, PT e Oi comunicaram o calote da Rioforte, empresa ligada ao Grupo Espírito Santo.

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Embora a dívida de 847 milhões de euros ainda possa ser paga sem caracterizar o default até o dia 20, considerando o período de cura, há poucas chances de que isso venha a acontecer, e na própria quarta-feira PT e Oi informaram no mesmo fato relevante a celebração de um memorando de entendimento (MOU) em que a relação de troca de ações entre as empresas muda no processo de fusão, pelo menos temporariamente, até que a dívida seja sanada.

A Fitch questiona a decisão de a PT investir "perto de 40%" de seu total de dinheiro disponível no final do ano passado "em dívida de um acionista com 10%" (em referência ao Banco Espírito Santo). O investimento levanta várias preocupações, podendo indicar que um risco de tolerância mais elevado em relação aos seus investimentos e uma estratégica de gestão mais agressiva. Para a Fitch, o perfil financeiro da empresa resultante da fusão entre PT e Oi "não terá capacidade de assegurar um 'rating' de categoria de investimento devido aos desafios operacionais que vai enfrentar, quer no Brasil quer em Portugal".

Bolsa

As ações da PT fecharam o pregão da Bolsa de Lisboa com queda de 6,83%, cotadas a 1,761 euro, uma queda de mais de 34% desde que foi revelado no final de junho o investimento de 897 milhões na Rioforte.

As ações da Oi, que fecharam em alta no pregão da BM&FBovespa na quarta, voltam a cair nesta quinta-feira. As ações ordinárias (OIBR3), que fecharam em alta de 11,7% na quarta, cotadas a R$ 1,81, amargaram queda de 6,63% no pregão de hoje, cotadas a R$ 1,69. As ações preferenciais (OIBR4), por sua vez, fecharam o pregão cotadas a R$ 1,65, baixa de 6,25% – ontem fecharam em alta de 12,8%, cotadas a R$ 1,76.

[Atualizada às 17h37]

 

 

 

 

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