Paulistano é conectado e móvel, diz pesquisa da Prefeitura

O paulistano, ou ao menos o residente na capital paulista, é conectado, móvel, usa Wi-Fi e frequentemente acessa a Internet. Essa é a conclusão do levantamento "Como o paulistano usa a Internet?", elaborado pela Universidade Federal do ABC (UFABC ) a pedido da Prefeitura de São Paulo e divulgado nesta quinta, 16. A iniciativa tem como objetivo observar os padrões de uso e empregos de recursos de conectividade existentes no entorno das praças antes da abertura do sinal do programa WiFi Livre SP para, no próximo ano, realizar um comparativo e determinar o impacto do projeto.

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O que a Prefeitura quer também é incentivar o uso da conectividade wireless nessas praças, promovendo políticas públicas para estimular a participação. Uma dessas iniciativas é o programa Redes e Ruas, que já teve o edital publicado no Diário Oficial e que distribuirá recursos de R$ 3,7 milhões em um ano para 62 atividades licitadas para fomento à cultura digital nesses locais.

A metodologia da pesquisa, coordenada pelo professor Sérgio Amadeu e com base em indicadores do Censo 2010, escolheu dez praças paulistanas nas cinco macrorregiões (Centro, Leste, Norte, Oeste e Sul): Bandeira, República, Feirão São Luís, Dona Mariquinha Sciascia, Brasil, Forró, General Carneiro, Elis Regina, Parque Domingos Luís e Largo de Piraporinha. Dos mil entrevistados, 51,9% eram mulheres, 48% homens e 0,1% não responderam.

Desse universo, 89,6% afirmaram possuir celular, enquanto 75,2% disseram não ter um tablet. O percentual dos que possuem computador é de 81,7%, e dentre esses, 60,4% disseram ter um desktop e 69,2% um notebook. Como era de se esperar, o celular é o dispositivo mais utilizado para acessar a Internet (59,4%), seguido de notebook (41,8%), computador de mesa (35,5%) e tablet (10,6%).

No recorte por sistema operacional, um resultado pouco coerente: prevalece com esmagadora maioria o Windows, com 95,6%, apesar de o celular ser o dispositivo mais utilizado. A metodologia da pesquisa ofereceu múltiplas escolhas nessa pergunta, o que explica que 5,5% dos entrevistados disseram usar o Android e 1,1% o iOS. De acordo com Sérgio Amadeu, a baixa incidência da plataforma do Google para dispositivos móveis (a maioria no Brasil) pode ser em decorrência da falta de conhecimento entre os usuários sobre o próprio aparelho.

A pesquisa mostra que 88,9% dos paulistanos já usaram a Internet alguma vez na vida, e 79,7% usaram no último mês. Dentre os usuários conectados, 83,8% têm frequência diária, 16,1% semanal e 0,1% "poucas vezes ao mês". O local preferido para o acesso é na residência para 78,2%. A banda larga é a conexão de 72,9% dos entrevistados, embora 4,2% ainda tenham conexão discada em casa. Dos que contam com Internet, 71,2% utilizam Wi-Fi na residência. Já na esfera total, 60,1% usam Wi-Fi em locais públicos, como cafeterias, bares e restaurantes (33,9%), trabalho (28,9%) e praça ou rua (24,4%).

Over-the-top

Destaca-se no comportamento do usuário paulistano de Internet a forte presença de programas de mensagens instantâneas (74,5%). As plataformas mais usadas são Google (96,8%), Facebook (86%), YouTube (83,6%) e WhatsApp (63,3%). Vale notar ainda a presença do Skype (32,3%) e Instagram (30,2%).

Ouvir música é o passatempo favorito para 85,1%, seguido de fotos, com 80%; assistir a filmes, com 61,8%; consulta à programação cultural da cidade, 57,6%; e acesso a jogos, com 44,7%. Fotos, vídeos e textos são os elementos mais compartilhados (69,6%). Novamente, a maioria (72,2%) acredita que a Internet tem "muita importância em sua vida". E a maior preocupação dos usuários paulistanos é a privacidade: 84,2% têm receio com exposição de dados e fotos pessoais e de familiares.

Mais velhos

A questão é que houve abordagem diferente na metodologia: em locais mais no Centro da cidade, os entrevistados eram transeuntes, pela característica das praças nessa região. Mas nas praças mais afastadas, a UFABC entrevistou cidadãos de residências no entorno das regiões e que estavam em suas casas durante horário comercial, o que Sérgio Amadeu acredita que explica a grande quantidade de adultos aposentados (14,7%) e com 60 anos ou mais (17,8%). A faixa com mais entrevistados foi a de 25 a 39 anos, com 28%, seguida por pessoas entre 40 e 59 anos (25,3%).

A prefeitura argumenta que, apesar disso, a pesquisa pode ser considerada um raio-x do morador da capital. "Sim, a amostra é grande e dá para dizer que esse é o perfil do paulistano", disse o secretário de Serviços da Prefeitura, Simão Pedro. "A pesquisa quer pegar o ponto zero e ver como a política pública mudará (o perfil de uso nas regiões)", justifica Sérgio Amadeu, mencionando a próxima edição do levantamento, que será realizado daqui a um ano.

A Prefeitura de São Paulo inaugurou nesta semana a sua 71ª praça no programa WiFi Livre SP, restando ainda entregar 49 locais. No início de 2015, a parceria entre a administração de Fernando Haddad e a Universidade Federal do ABC deverá exibir o primeiro relatório de conectividade nas praças.

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