Além da pesquisa nacional de domicílios no Brasil, o índice de conectividade global também foi divulgado nesta sexta-feira, 16. Segundo a União Internacional de Telecomunicações (UIT), apesar de ter havido um crescimento na penetração da Internet, ainda há cerca de um terço da população mundial que está offline, o equivalente a 2,7 bilhões de pessoas. No ano passado, a pesquisa apontava para 2,9 bilhões de desconectados.
A entidade diz que até antes da pandemia, em 2019, havia 3,6 bilhões de pessoas desconectadas, ou praticamente metade da população. Foi justamente os efeitos da covid-19 que acabaram acelerando a penetração da Internet. Mas em 2021, o crescimento foi menor do que o obervado no auge da crise sanitária global.
Desta forma, a estimativa da UIT é de que 5,3 bilhões de pessoas estejam atualmente conectadas na Internet. "Enquanto o crescimento contínuo seja encorajador, a tendência sugere que, sem o aumento de investimento em infraestrutura e um novo ímpeto de fomentar as habilidades digitais, a chance de conectar toda a população até 2030 parece cada vez menor", destaca a entidade no comunicado.
A análise da entidade é de que, além de alcançar primeiro a conectividade universal, é necessário também adotar o conceito de conectividade significativa – ou seja, o acesso com velocidade adequada e sem barreiras elevadas de preço para dispositivos ou mesmo para o próprio serviço. Também contam como desafios as habilidades digitais, analfabetismo, discriminação de gênero e mesmo falta de eletricidade.
Disparidades regionais
Não obstante ainda haver um terço da população global desconectada, ainda há a tendência histórica de uma concentração maior desse grupo em países mais pobres. Apesar de terem sido as áreas de maior crescimento na penetração no último ano, ainda continua havendo uma disparidade regional grande, na avaliação da UIT.
A África é a região menos conectada, com 40% de penetração da Internet, ainda que após aumento de 13%. O maior avanço foi dos estados árabes, que agora têm penetração de 70%. Curiosamente, a UIT não segrega as Américas, colocando o bloco continental como o de regiões mais conectada (com 80%). A Europa continua sendo a líder, com 89% da população online.