Outro dado trazido pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira, 16, mostra que pela primeira vez desde 2016 houve alteração significativa no ranking de dispositivos mais utilizados nos domicílios brasileiros para acessar a Internet. Pela primeira vez, o computador foi desbancado pela TV.
Em 2021, o telefone celular continuou na liderança, sendo o principal equipamento de acesso à internet em 99,5% dos domicílios. Mas na segunda posição, agora aparece a smart TV, opção de acesso mais utilizada em 44,4% dos domicílios, alta de 12,1 pontos percentuais frente a 2019, que foi de 32,3%. Já o uso dos microcomputadores caiu de 45,2% para 42,2% e se encontra na terceira posição. Completa a lista o tablet, que recuou de 12,1% para 9,9% dos domicílios, no período.
"Entre 2019 e 2021, houve queda do acesso a internet por microcomputador e tablet, mas já observamos o aumento do acesso por meio da televisão em mais de 10 pontos percentuais. Analisando a série desde 2016, vimos que houve ligeiro aumento do acesso por celular, queda do computador de 57,2 para 42,2% e no uso do tablet de 17,8% para 9,9%. Já a TV sai de 11,7% em 2016 para 44,4%", destaca Flávia Vinhaes, analista da pesquisa do IBGE, em comunicado.
Ainda que o smartphone seja praticamente a totalidade de residências, ainda há um gargalo. Em 2021, 28,7 milhões de pessoas não tinham telefone móvel celular para uso pessoal, o que representa 15,6% da população de 10 ou mais anos de idade. Deste número, 28,1% alegaram que o aparelho telefônico era caro. Segundo Vinhaes, o rendimento "foi maior entre os que utilizavam tablet, R$ 3 mil; ante R$ 2.296 dos que utilizavam microcomputador, R$ 1.985 para os que acessam via TV e o menor rendimento, R$ 1.480, é dos que acessam com telefone celular".
Telefone fixo em queda constante
Outro dado que a PNAD também mostra é que proporção de domicílios com telefone fixo no país foi de 15,6%, uma queda de 7,5 pontos percentuais em relação a 2019, que tinha 23,1%. Essa tendência de baixa foi também observada em todas as regiões do país. Já a taxa de domicílios que possuíam telefone móvel celular foi de 96,3%, o que representou um aumento frente a 2019, que era de 94,4%.
O rendimento real médio per capita da parcela de domicílios em que não havia telefone ficou muito abaixo daquele nos domicílios que tinham telefone. No país, em 2021, o rendimento nos domicílios que não tinham telefone, de R$ 700, representou 48,4% do rendimento nos que tinham telefone, que era de R$ 1.445. Já nos em que havia telefone fixo convencional o rendimento médio foi de R$ 2.432, enquanto naqueles com telefone móvel celular este rendimento foi de R$ 1.444.
Queda no computador
De 2019 a 2021, a proporção de domicílios com computador recuou de 41,4% para 40,7%, o que permitiu a TV tomar a segunda posição na pesquisa. Na área urbana, esse percentual caiu de 45,6% para 44,9% e na área rural, houve redução de 13,8% para 12,8%. Nesse período, a proporção de domicílios com tablet caiu de 11,6% para 9,9%. O rendimento médio dos domicílios sem microcomputador nem tablet era de R$ 835, e de R$ 2.172 nos domicílios com pelo menos um destes equipamentos.