Hughes mira nova fase no Brasil com Jupiter 3 e conectividade de baixa órbita

Rafael Guimarães, da Hughes

A Hughes está se preparando para uma nova fase das operações no Brasil nos próximos meses, na medida em que dois eventos devem turbinar a oferta da operadora no País: a entrada em operação do Jupiter 3, lançado nos Estados Unidos no final de julho, e a agregação de conectividade de baixa órbita da constelação da OneWeb.

O horizonte foi abordado pelo presidente da Hughes do Brasil, Rafael Guimarães, em entrevista concedida à TELETIME. "Há dois eventos marcantes acontecendo ao mesmo tempo, e que nos deixam otimistas com o futuro e o ano que vem: a disponibilidade do Jupiter 3, com muita capacidade para varejo e backhaul de celular, e por outro lado a [distribuição da conectividade da] OneWeb, que abre oportunidades que nunca tivemos no B2B", resumiu.

No primeiro caso, a entrada em operação do novo satélite marca a conclusão de projeto que mobilizou a empresa nos últimos anos, e que deve solucionar problemas de capacidade enfrentados pelo serviço HughesNet no Brasil e nos Estados Unidos. "O que marca o início do nosso novo horizonte é a disponibilidade do Jupiter 3", declarou Guimarães – projetando para novembro o início de ofertas no País a partir da capacidade do artefato.

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Até lá, o satélite – considerado o maior de comunicações já lançado, com capacidade de 500 Gbps – precisa completar o seu deslocamento para a posição orbital definitiva. "Neste meio tempo, ficaremos monitorando", apontou o líder da operação brasileira da Hughes. Para o País é prometida uma "porção significativa" da capacidade total do Jupiter 3, que terá cobertura concentrada em áreas das Américas com maior demanda.

No Brasil, as regiões Sul, Sudeste, Nordeste e parcialmente o Norte devem ser beneficiadas, alterando cenário atual de constrangimentos na capacidade. Já o impacto que a chegada do Jupiter 3 deve acarretar nas velocidades das ofertas do HughesNet ainda está em avaliação pela operação doméstica: nos Estados Unidos, pacotes de até 100 Mbps são prometidos a partir do novo recurso.

Espectro móvel

Outra tendência já certa nos Estados Unidos e também em avaliação no Brasil é a conjugação de capacidade do Jupiter 3 com espectro de redes móveis. Guimarães relata que oferta com tal perfil – batizada de Fusion no exterior – tem feito sucesso no mercado norte-americano. "Entre usuários que passaram a usar serviço que combina satélite com LTE, a percepção melhorou muito. Aqui no Brasil, estamos em testes".

Com a instalação dos primeiros terminais Fusion no País, a expectativa é verificar se o mesmo "efeito uau" visto internacionalmente consegue ser replicado por aqui. Além de 4G, os modems do serviço também podem suportar sinal de quinta geração – mas sempre em ofertas que devem demandar parcerias com detentoras de espectro local.

Questionado, Guimarães reconheceu que a faixa de 700 MHz da Winity – com quem a Hughes já tem parceria no País – é uma das potenciais opções de espectro consideradas na nova abordagem. Contudo, que uma série de questões regulatórias e negociais devem ser consideradas antes da chegada do serviço Fusion no Brasil, aponta o executivo.

OneWeb

Outro fator importante para a oferta da Hughes é a distribuição de serviços da constelação de baixa órbita OneWeb, com quem a empresa mantém relação simbiótica. "Somos acionistas, os gateways deles têm eletrônica da Hughes, os terminais com antenas também são da Hughes e também somos distribuidores", resumiu Guimarães, na entrevista.

Como apontado por TELETIME, já há clientes corporativos testando no Brasil a capacidade de baixa órbita da OneWeb, através da Hughes. Vale notar que a disponibilidade do serviço começou a chegar ao País a partir da região Sul, com estratégia de escalar para o restante do território nacional até o quarto trimestre deste ano.

"Não é uma constelação de órbita baixa cujo atrativo é fornecer acesso à Internet residencial, mas uma rede empresarial de missão crítica no céu", apontou Guimarães, destacando a vocação B2B dos serviços da parceira de baixa órbita. A Hughes não será distribuidora exclusiva da OneWeb no País, mas pretende agregar a conectividade LEO com uma camada de serviços profissionais.

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