Brasil terá mais de 170 mil sites de telecom em 2032, projeta estudo

Antena de telecomunicações. Foto: Pexels

O setor de telecomunicações no Brasil deve mais do que dobrar o número de sites de infraestrutura para redes móveis (como torres) existentes no território. Se em 2022 esse número era de aproximadamente 68 mil, em 2032 ele saltará para 170 mil – representando crescimento de 150%.

A estimativa foi realizada pela consultoria SmC+ Digital Public Affairs (confira aqui a íntegra do estudo), em parceria com a operadora de infraestrutura American Tower. De acordo com o estudo, o aumento será impulsionado pelas novas demandas digitais, incluindo realidade virtual, aumentada e a inteligência artificial (IA).

Entre as cinco principais economias latino-americanas (o que inclui também Argentina, Colômbia, Chile e Peru), o Brasil é o País que deve registrar o aumento mais expressivo. Para efeito de comparação, o segundo colocado da região, o México, tinha 41 mil sites em 2022 e deve ter 81 mil até 2032.

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Já a América Latina inteira deve chegar a 454 mil estruturas para redes móveis até 2030. A expectativa para 2032 é ainda maior: 560 mil. Ou seja, seriam 200 mil novos sites até 2030 ou 307 mil novos sites até 2032 na região, se considerados os mais de 250 mil pontos ativos em 2022.

Os números divulgados pela projeção representam a revisão do estado geral da infraestrutura de telecom na América Latina. Ainda assim, o estudo destacou que as alocações de espectro 5G na região, bem como implantação de infraestrutura, estão cerca de dois anos atrasadas. "Até o momento, elas só foram realizadas no Chile, na República Dominicana, no Brasil e no Uruguai", explicou o estudo. Nos demais países, a expectativa é de que o espectro seja atribuído entre o segundo semestre de 2024 até 2026.

Imagem: Reprodução/SmC+

Destaques por avanços regulatórios

De acordo com o estudo, as nações da América Latina que tiveram avanços em questões regulatórias se destacaram pela coordenação entre atores e pela "padronização e simplificação de processos". No caso do Brasil, isso se deu por meio da Lei Geral de Antenas. Regulamentada em 2015 e alterada em 2020 via decreto federal, a regulamentação brasileira impactou mais de 400 municípios, apesar dos desafios apontados por entidades.

Países como Peru e Paraguai também foram destacados pelas iniciativas de coordenação, simplificação e normatização dos processos. Mesmo com isso, o estudo ponderou que ainda há espaço para melhorias. Colômbia, Costa Rica e México, por exemplo, até implementaram mudanças – mas esse processo ainda ocorre em fase muito inicial de implementação. Por outro lado, nem a Argentina nem o Chile registraram alterações significativas, segundo o relatório.

Barreiras para o avanço

Os analistas apontaram a carência de coordenação nacional e subnacional, bem como a falta de homogeneidade nos processos entre os municípios, como partes relevantes dos entraves que impedem um cenário de rápida expansão do setor na região. Além disso, fatores econômicos também fazem parte dos desafios na região.

"O setor de telecomunicações está sofrendo uma grande pressão sobre suas margens que, em muitos casos, acabam sofrendo erosão. Por sua vez, isso reduz o retorno potencial dos investimentos em infraestrutura", informou o estudo.

No caso do Brasil, os autores sugeriram maior coordenação entre o Governo Federal e locais; criação de modelos simplificados para infraestruturas menores (com requisitos diferenciados a depender do tamanho do projeto); e incentivos para compartilhamento de infraestrutura passiva – o que geraria eficiência de custos e menor impacto visual.

Vale notar que valores diferentes já foram apontados como o universo de sites de infraestrutura de telecom no País. No início do mês, TELETIME publicou projeção que o Brasil já contaria com mais de 80 mil pontos ativos.

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