Agência reguladora de cibersegurança pretende ter 800 servidores e gasto anual de R$ 600 milhões

O Gabinete de Segurança Institucional (GSI), em audiência realizada nesta quinta-feira, 15, voltou a defender a criação de uma agência reguladora para cuidar da cibersegurança no Brasil. Para o GSI, o Brasil ocupa o segundo maior número de ciberataques, ao mesmo tempo que ocupa 18ª posição quando o assunto é cibersegurança. A ideia é que 800 servidores atuem no novo órgão

A criação do novo órgão regulador, chamado de ANCiber, está prevista na Política Nacional de Cibersegurança, inserida dentro da Estratégia Nacional de Segurança Cibernética (E-Ciber). A E-Ciber compreende um conjunto de ações estratégicas do governo federal relacionadas a área de segurança cibernética.

A proposta é dotar o Brasil de um arcabouço internacional e nacional capaz de atuar adequadamente em uma política de cibersegurança. Para isso, é preciso ter uma estrutura compatível para tal iniciativa, segundo o órgão.

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O órgão regulador criado deve ter supervisão do Poder Executivo, assim como da própria sociedade, segundo destacou o GSI na apresentação. "No Plano Plurianual (PPA) deste ano, está sendo prevista a separação de recursos para a criação da agência de cibersegurança brasileira", disse Marcelo Malagutti, assessor do GSI

A ideia é que a agência reguladora seja transversal, cuidando de elementos críticos e não críticos, disse ele. Ela não seria vinculada a uma vertical, como é a de energia, a de telecomunicações e a de combustíveis, por exemplo.

No evento, Marcelo Malagutti, do GSI, informou que, inicialmente, a ANCiber teria em torno de 800 pessoas em seu quadro funcional. Isso, segundo o GSI, seria um quantitativo de pessoal ideal para cumprir as obrigações que estão previstas para a entidade. Este quantitativo equivale ao mesmo da agência reguladora italiana de cibersegurança. Além dos 800, a ideia é que a agência tenha 300 cargos comissionados. A ideia é que ao final de implementação, dentro de cinco anos, a agência de cibersegurança brasileira consuma R$ 600 milhões por ano.

O representante do Ministério das Relações Exteriores (MRE), Franklin Silva Neto, disse que hoje, no âmbito internacional, a cibersegurança tem sido tratada de maneira estratégica. Isso por exemplo, envolve os acordos internacionais, o que permite uma maior cooperação entre os países, e amplia a capacidade de resposta para solucionar determinados incidentes e ciberataques.

A advogada Patricia Peck disse que, hoje, o Brasil está bem atrasado no assunto. Por isso, a política vem em boa hora. "O Brasil vive uma crise de segurança digital desde 2018. E atualmente está no seu pior momento", destacou a advogada, especialista em direitos digitais.

Anatel de fora

No evento, o GSI explicou que a Anatel está de fora do comitê que está pensando a ANCiber, porque no comitê não existe nenhum representante de estrutura critica. Mas, a participação da agência não é vedada. Em recente entrevista a este noticiário, Malagutti disse que a agência de cibersegurança tampouco pretende substituir atribuições da Anatel.

Em workshop sobre cibersegurança realizado no começo deste mês, a Anatel deu uma demonstração do interesse no tema, reunindo no evento os cinco membros do Conselho Diretor, além de representantes de governo, especialistas, operadoras e fornecedores. O evento foi coordenado pelo conselheiro Alexandre Freire, relator da revisão do Regulamento de Segurança Cibernética em curso na agência.

2 COMENTÁRIOS

  1. Estamos passando por um processo de extrema desorganização emocional,quando nos deparamos com os fatos de fraudesciberneticos. Precisamos encontrar as soluções urgentes para menimizar as surpresas desagradáveis.

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