Dantas acusa fundos, Citi, governo e Telemar de conspiração

O Opportunity e Daniel Dantas adotaram o ataque como linha de defesa na ação que o Citibank move em Nova York por fraude e quebra de dever fiduciário. Aliás, as acusações que Dantas tem feito contra o Citi são, agora, na mesma linha das que tem contra si: quebra de contrato, enriquecimento ilícito, danos etc. Segundo o Opportunity, o Citibank não teria o direito de negociar nem com os fundos de pensão nem com a Telecom Italia enquanto o tinha como gestor de seus recursos.
A principal argumentação do grupo Opportunity é que existe uma conspiração entre o governo Lula, os fundos de pensão, o Citibank e a Telemar para prejudicá-lo. Em vários momentos, o Opportunity insinua que ?dirigentes indicados politicamente e acusados de lavagem de dinheiro e tráfico de influência? agiram para prejudicar seus interesses como gestor da Brasil Telecom.
Segundo a defesa de Dantas, ?acordos secretos com a Telemar? se tornaram públicos em meio à crise política, o acordo entre Citibank e fundos de pensão ?é objeto de investigação pelo Congresso Nacional?. Diz ainda que ?o Citibank conspirou com os fundos e com a Telemar para influenciar o governo brasileiro a mudar as regras de forma a realizar uma operação ilegal (a compra da Brasil Telecom pela Telemar)?. As evidências trazidas por Daniel Dantas são reportagens de jornal e cartas escritas por ele para executivos do Citibank. Entre as reportagens, estão matéria de capa da revista IstoÉ sobre o acordo dos fundos com o Citi, documentos divulgados pelo site Consultor Jurídico, parecer do procurador e do ministro do Tribunal de Contas (TCU) Benjamin Zymmler contra o acordo entre fundos e Citibank, diversas reportagens sobre o episódio da Gamecorp (empresa do filho do presidente Lula adquirida pela Telemar), uma reportagem da Folha de S. Paulo atribuindo a fontes não identificadas a intenção da Telemar de comprar a Brasil Telecom, uma matéria da revista Veja sobre as relações entre o ex-ministro Gushiken e os fundos de pensão entre outras na mesma linha.

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Este noticiário encaminhou à Telemar a peça de defesa do Opportunity, onde são feitas as acusações contra a empresa, e aguarda ainda uma manifestação sobre as acusações feitas.

Sem explicar

Daniel Dantas volta a dizer, em sua defesa, que ao comprar ações da Brasil Telecom diretamente no mercado ou ao adquirir a participação da TIW na Telpart (controladora da Telemig e Amazônia Celular), estava evitando uma "tomada hostil" que prejudicaria os investimentos do Citibank. Segundo sua argumentação, ele colocou "dinheiro do próprio bolso na aquisição das ações da TIW". Dantas, contudo, não menciona o que Brasil Telecom revelou esta semana: que foi ela quem emprestou os recursos para o Opportunity Fund adquirir as ações da tele canadense na Telemig Celular

Direito de vender

Em outra frente, o Opportunity pede ao juiz Lewis Kaplan que reveja as liminares concedidas para que o grupo de Daniel Dantas possa negociar suas ações na Brasil Telecom. O argumento é o de que, estando fora da gestão da BrT, não teria como usar de uma posição decorrente de suas prerrogativas como gestor para prejudicar o Citibank e os fundos. Em um dado momento, o Opportunity pede ao juiz que não mantenha a liminar apenas com base ?no comportamento passado? de Dantas, mas que avalie os fatos. Na verdade, são várias liminares, cada uma delas limitando ainda mais a possibilidade de Daniel Dantas fazer qualquer coisa em relação às empresas que administrava, inclusive negociar a venda de suas ações com a Telecom Italia. Dantas diz, em sua defesa, que tem o direito de vender seus ativos à empresa italiana.

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