A Alcatel-Lucent (ALU) começará a testar a virtualização das funções de rede (NFV) com uma operadora no Brasil no começo de 2015. A informação é do presidente da fornecedora para a região da América Latina e Caribe, Osvaldo Di Campli. "Há provas de conceito: uma no México, e (outra) estamos para começar no Brasil no começo do ano", disse ele em conversa com jornalistas durante a Futurecom 2014 nesta terça, 14, em São Paulo. Di Campli garantiu que os dois testes não são com operadoras do mesmo grupo econômico.
O executivo acredita que há oportunidades para NFV no mercado sul-americano, mas ressalta que é preciso um processo de virtualização mais gradual. "Nem todas as redes são 'virtualizáveis'; algumas podem ser, como a de M2M (máquina-a-máquina), com monte de conexões de dados muito pequenos, você pode virtualizar a EPC (evolved packet core), o IMS. Mas se tiver que virtualizar outra fonte, com comutação elétrica para digital, isso provavelmente não é virtualizável", afirmou Di Campli.
LTE corporativo
A previsão de contratos para as novas frequências de 700 MHz, no entanto, não é ainda algo com o que a companhia possa contar. "Estamos trabalhando com eles (os operadores), mas não estamos esperando nada para este ano porque a gente sabe que vai depender muito de limpeza de espectro", declarou o presidente-executivo da Alcatel-Lucent no Brasil, Javier Rodriguez Falcon.
Mas há outras aplicações na faixa: a Alcatel-Lucent está conversando com a Anatel para a possibilidade de oferecer acesso corporativo móvel com frequências licenciadas. "Estamos falando muito também com a área de segmentos, segmentos verticais, para usar a banda LTE em frequências licenciadas, mas não necessariamente a de 700 MHz para a utilização em comunicação comunitária, queremos desenvolver isso também no Brasil", afirmou.
Já a estratégia de redes heterogêneas com a TIM, para quem a ALU fornece femtocells, continua, com interesse as soluções são para "cobertura indoor, cliente empresarial, para endereçar o offload". Segundo Falcon, a instalação dos equipamentos nos clientes está em andamento, mas não revelou números de clientes ou de femtocells instaladas.
Fora do Brasil, a ALU tem explorado um mercado distinto para femtocells – com um operador que monta uma rede de femtos, mas que não necessariamente é o operador de telefonia que detém as frequências móveis. "É um terceiro, que monta a rede de femtocells e vende o serviço. É um modelo muito interessante, mas que não pode ser aplicado no Brasil por conta da regulamentação, que exige que as femtocells sejam de inteira responsabilidade da operadora móvel", conta Falcon.