A Oi anunciou uma mudança em sua política de distribuição de dividendos, agora mais austera. A nova diretriz é a seguinte: a companhia pagará por ano, entre 2013 e 2016, o mínimo exigido pela legislação – o equivalente a 25% do lucro líquido, ou 6% do capital social ou 3% do patrimônio líquido, o que for maior. Pelos parâmetros atuais, o pagamento seria de aproximadamente R$ 500 milhões por ano. "Essa nova política de dividendos garante maior alinhamento com nossa estratégia de prudência financeira", disse Zeinal Bava, CEO da companhia, durante teleconferência com analistas nesta quarta-feira, 14.
A novidade foi bem recebida pelos analistas na teleconferência: alguns elogiaram a coragem da empresa em tomar tal atitude. "Na minha terra, remédio bom é remédio amargo", disse um deles. Houve até quem reclamasse que R$ 500 milhões por ano ainda seria muito para uma empresa com o nível de endividamento atual da Oi, que precisará desembolsar R$ 4 bilhões em amortizações em 2014 e investir mais alguns bilhões de reais em Capex. Sobre isso, Bava lembrou que R$ 500 milhões é apenas uma estimativa de momento e que vários fatores poderiam reduzir esse valor.
O mercado, porém, reagiu de outra forma. As ações da empresa despencaram na abertura da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Ao fim da manhã, as ordinárias (OIBR3) caíam 8,11%, cotadas a R$ 4,53, e as preferenciais registravam desvalorização de 7,17%, vendidas a R$ 4,14. Nitidamente, a previsão de distribuição menor de dividendos afugentou os investidores. Também pode ter contribuído para a queda o resultado financeiro negativo no segundo trimestre divulgado nesta quarta-feira: a companhia teve prejuízo líquido de R$ 124 milhões.
Histórico
Em abril de 2012, a Oi apresentou aos investidores seu planejamento estratégico, de investimento e de pagamento de dividendos até 2015. A ideia era distribuir R$ 8 bilhões aos acionistas até 2015, dos quais R$ 2 bilhões após a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) de deliberação dos resultados de 2011; R$ 1 bilhão em agosto de 2012, R$ 1 bilhão em agosto de 2013 e R$ 1 bilhão em agosto de 2014, além de mais R$ 1 bilhão após cada AGE de deliberação dos resultados de 2012, 2013 e 2014.
No final de julho, a Oi decidiu pelo não pagamento dos dividendos que seriam distribuídos em agosto deste ano.