Há uma reviravolta, ao menos temporária, na questão do unbundling nos Estados Unidos. Deve ganhar uma sobrevida mínima de um ano o aluguel de redes de telefonia fixa (das incumbents) a preços mais baixos para as operadoras de longa distância (como a AT&T, MCI e Sprint) que prestam serviços.
A agência Dow Jones divulgou informação citando fontes confiáveis segundo as quais a FCC estaria prestes a determinar um congelamento de tarifas de unbundling para os próximos seis meses, seguido de um aumento de 15% para os seis meses seguintes. Seria o plano provisório da agência até que sejam definitivamente estabelecidos os novos marcos regulatórios do setor. As regras definitivas estão previstas para o primeiro trimestre de 2005.
Outra direção
Vale lembrar que a Justiça norte-americana, provocada pelas operadoras locais, havia suspendido as regras de unbundling da FCC por meio das quais as incumbents eram obrigadas a dar passagem até os usuários para serviços concorrentes, a preços de atacado, cerca de 40% abaixo do custo normal. Como a FCC não apelou, a AT&T entendeu que o governo Bush havia desistido de promover a competição nesse segmento. O que ficou ainda mais patente, poucos dias depois, quando o presidente da FCC, Michael Powell indicou que estaria pensando em outro padrão de concorrência em telecomunicações. As fixas seriam preservadas para dar lugar a uma luta mais acirrada na banda larga, especialmente com VoIP. Nessa selva, o embate deve ser bem mais amplo, incluindo as operadoras de TV a cabo.
Na seqüência, a AT&T anunciou que deixaria de prestar o serviço local em sete Estados norte-americanos.
As operadoras de longa distância, é claro, gostam da idéia. Mas não estão tão seguras de que seja duradoura. A porta-voz da AT&T, Claudia Jones, disse que esse plano provisória não dá certeza de sua validade.
Aliás, a decisão de recuar no serviço local em vários estados já havia sido tomada mesmo quando a Bell South e a SBC haviam declarado sua intenção de não aumentar de pronto as tarifas de atacado.