Inteligência artificial precisa ter propósito, afirma CEO da Oi

Painel de Inteligência Artificial no Telebrasil Innovation. Foto: Divulgação/Conexis

A Inteligência Artificial avança e molda o futuro da sociedade, habilitando novos modelos de negócios e transformando segmentos inteiros da economia. Mas a tecnologia é um meio e não um fim em si mesma, conforme ficou claro no debate do "Painel 1 – Inteligência Artificial e avanços tecnológicos:  moldando o futuro dos negócios", durante o Painel Telebrasil Innovation, realizado em São Paulo, nesta quarta-feira, 14.

O CEO da Oi, Rodrigo Abreu, ponderou que o uso de IA depende de propósito e tem de servir para melhorar a vida das pessoas e ter um país melhor. "É preciso lembrar que a tecnologia é um meio. Importa o que você faz com ela, e a Inteligência Artificial é mais uma ferramenta, que é excepcional e pode mudar muitas coisas, mas é mais uma ferramenta que precisa de acompanhamento próximo. O céu é o limite."

O executivo afirma que a operadora tem experimentado com a tecnologia, especialmente com a IA generativa, até mesmo para auxiliar na programação de códigos. "Mas sempre com supervisão humana necessária, porque ela pode, dependendo da base de conhecimento usada, trazer informações não verídicas", diz, destacando que ainda é preciso ter esse acompanhamento para garantir a confiabilidade.

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Abreu ressaltou também que, nos últimos cinco anos, o Brasil deu um salto na capacidade de desenvolver empresas cuja base está na digitalização, o que tem contribuído para a criação de modelos distintos de negócio. "Estamos vivendo o que chamei, há dois anos, de a terceira revolução de conectividade no Brasil, que é o ciclo de conexão plena com fibra ótica e 5G. E a gente está se preparando para um mundo novo com IA, resolvendo problemas gigantes", disse. 

Caminho sem volta

Para Jean Borges, CEO da Algar Telecom, a adoção de IA não é uma questão de "se", mas de "quando" estará, realmente, de forma irreversível. Trata-se de nova fronteira digital e as empresas que não se adaptarem terão dificuldades para existir ou coexistir. "Do ponto de vista do Grupo Algar, temos olhado muito para a IA dentro de um contexto digital para incluir", apontou. 

Durante o painel, o presidente da Qualcomm Latin America, Luiz Tonisi, juntou-se ao coro de que tecnologia é meio e não fim. "Nós acreditamos muito na IA híbrida, fazendo parte do processamento nos devices e parte na nuvem, nos servidores que estarão espalhados no mundo. A função de ter IA híbrida é trazer escalabilidade, que será em função do custo", afirmou.

Os modelos ainda estão avançando, mas não há retorno. "O Brasil precisa entender qual posicionamento quer ter na cadeia. Se negarmos o avanço, estaremos negando a nossa própria inovação e a economia como um todo", disse. "IA generativa, assim como outras IAs, estará em tudo, mas IA só funciona a partir de parâmetros colocados pelo homem", sinalizou. 

Do lado do impacto nos trabalhadores, Adeodato Netto, presidente da Ligga Telecom, disse não acreditar que a IA vá substituir integralmente as pessoas. "Trabalhamos na formação das pessoas e na evolução do processo para serem capazes de entregar mais."

Netto enxerga oportunidades de mercado com as possibilidades que advêm da Inteligência Artificial. "Todos nós vivemos a dificuldade de um business que é tratado muitas vezes como commodity e nosso desafio é a transformação em algo diferenciado, criando simbiose", apontou. "Entendermos que IA é um meio para termos serviços diferenciados para os clientes e os stakeholders", completou. (Agência Telebrasil)

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