A intensidade dos investimentos exigidos na cadeia de telecom tem ampliado a necessidade da geração de novas receitas entre as empresas do setor, avaliou o CEO da Vivo, Christian Gebara, durante o Painel Telebrasil Innovation, realizado nesta quarta-feira, 14, em São Paulo.
Em painel com outros executivos da indústria, o executivo lamentou que o setor seja "penalizado" por investir muito na comparação com o volume de receita gerada. No caso da Vivo, um aporte de mais de R$ 9 bilhões ocorreu em 2022, frente a um faturamento de mais R$ 48 bilhões.
Por conta da situação – e pelo fato do Brasil, ao contrário de outros países, ainda necessitar de investimentos muito grandes em redes -, a empresa vem buscando novas fontes de receitas. Para tal estão sendo considerados importantes ativos construídos pela tele: sua enorme base de clientes; uma ampla rede de canais físicos e online; as faturas enviadas mensalmente aos seus assinantes; e uma marca reconhecida.
"A partir daí pensamos em criar um ecossistema em volta do acesso que fornecemos. Esse é o caminho que devemos seguir", afirmou Gebara, ressaltando que esta estratégia é de longo prazo e que deve demorar para trazer percentuais expressivos da receita. A estratégia de serviços digitais poderá ser feita por meio de parcerias ou participação em outras empresas.
Já em relação à inovação, o executivo destacou o hub Wayra e a recém-criada Vivo Ventures que, com os investimentos em empresas em estágios mais avançados, vai permitir a entrada em verticais que possibilitem a criação de uma proposta de valor mais robusta.
Setores digitais
Enquanto buscam novos modelos de negócio, as operadoras também prospectam novos mercados e áreas de atuação. Gebara ressaltou que o Brasil tem a necessidade de cobertura em áreas agrícolas, mas ainda precisa de dispositivos que sejam acessíveis a pequenos produtores. "Há muita gente trabalhando para que isso seja uma realidade e, depois, definir como cobrar por esse serviço. Tudo isso vai ocorrer", disse, ressaltando ainda que setores como indústria, varejo e saúde devem passar por uma revolução em breve. (Com informações da Agência Conexis)