Mesmo admitindo a imposição de remédios pelo Cade na venda da Oi Móvel para Claro, TIM e Vivo, a Oi está confiante na aprovação da operação até o final do ano. A companhia também minimizou questionamentos à operação, como os levantados pela Algar.
Segundo a diretora de finanças da empresa, Camille Faria, os pedidos de anuência ao órgão antitruste e à Anatel devem ocorrer assim que celebrado o contrato de compra e venda de ações do negócio móvel (ou em até 30 dias úteis após o anúncio da transação, fechada em 14 de dezembro). As partes estão revisando os últimos detalhes antes da assinatura.
"Os três [compradores] fizeram um plano de segregação muito cuidadoso para espectro e clientes", avaliou Faria, nesta quinta-feira, 14. "Julgamos que ele deve ser suficiente para mitigar qualquer preocupação anticompetitiva, mas não afastamos a possibilidade que o Cade possa vir a impor algum tipo de remédio e pedir algum tipo de ajuste".
"Não descartamos [a imposição de condições], mas também não estamos vislumbrando risco de recusa de forma nenhuma", completou a executiva, durante live da corretora de investimentos Genial. Faria lembrou que a empresa trabalha com o prazo máximo de doze meses para avaliação da operação pelo Cade, mas também não descarta uma "surpresa positiva" de liberação antes desse período.
Concentração
Como publicado nesta quarta-feira, 13, por TELETIME, a Algar está solicitando a suspensão do leilão da compra da Oi Móvel, vencido pelo trio de operadoras. Segundo a pleiteante, o consórcio entre Claro, TIM e Vivo criou um centro de decisão econômico com poder de monopólio no segmento.
Para Faria, a postura da concorrente (que também tinha interesse nos ativos) é natural. "Como é uma operação com muita visibilidade, é normal que seja um processo onde muitas partes interessadas acabem se manifestando. Achamos saudável que elas sejam ouvidas, mas a segregação [de ativos da Oi Móvel] respeita as regras, a competição e evita concentração demasiada em qualquer região. Por isso, acreditamos que a transação será aprovada", reiterou.