O presidente da Telemar, Ronaldo Iabrudi, disse nesta segunda, 14, que a proporção de nove para um (90% para 10%) entre os valores pagos pelo uso das redes móveis (VU-M) e fixas (TU-RL), respectivamente, desestimula as operadoras fixas a deixarem suas redes conectadas às das móveis. "Achamos que uma proporção de 60% para 40%, como é na Europa, é mais razoável, e podemos fazer a redução gradualmente em três anos para não prejudicar o equilíbrio financeiro das operadoras móveis", propõe. Segundo ele, a livre negociação das tarifas de interconexão só devem se concretizar no início do próximo ano, com a ajuda da Abrafix e da Acel para definir as premissas da negociação. "Se não funcionar, teremos de contar com a mediação da Anatel", comenta.
Outro lado
O CEO da Vivo, Francisco Padinha, por sua vez, argumenta que o que tem de ser olhado é a rentabilidade das empresas. "Enquanto as margens Ebitda das fixas estão estabilizadas em 45%, em média, as nossas são decrescentes e estão em 18%, uma das mais baixas do mundo", pondera. Segundo Padinha, na Europa ocorre o inverso com relação à rentabilidade das operadoras fixas e móveis. "Se houver alteração da VU-M, vai alterar o fluxo de receitas das móveis para as fixas e não podemos causar uma ruptura porque o setor celular ainda não está estabilizado no Brasil", analisa.