Inclusão digital passa por interiorização de infovias, afirma RNP

A ampliação da conectividade em áreas remotas depende da interiorização a partir de infovias estaduais e regionais, avaliou o diretor geral da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), Nelson Simões, em conversa com TELETIME. A declaração ocorreu durante o 11º Encontro da RNP com fornecedores, realizado nesta semana em Campinas (SP).

No momento, a entidade está envolvida em uma série de projetos do gênero estaduais, qualificados no âmbito do Novo PAC. "Em geral, as Secretarias de Ciência e Tecnologia e de Educação têm interesse em conectar polos do interior, porque têm um parque tecnológico, ou um sistema estadual com instituições, universidades ou centros, que eles desejam que estejam muito bem conectados ao ponto de presença da RNP na capital", explicou Simões. 

Atualmente, das 18 infovias estaduais previstas no projeto, estão em andamento apenas seis: Mato Grosso, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Santa Catarina. Pelo menos estas quatro últimas contam com participação da RNP nos projetos. As demais 12 infovias deverão ser construídas do zero, inclusive a do Paraná, que também tem a entidade educacional envolvida.

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"A infovia do Rio Grande do Norte já está na segunda fase. Na Paraíba, nós já começamos e temos a rota João Pessoa até Campina Grande, além de fecharmos com um provedor a implantação de três redes metropolitanas. Em Pernambuco, a Retep (Rede Tecnológica de Pernambuco) já está com quase todas as instituições daquele estado atendidas, mas ainda tem alguma coisa [que falta] na região da Zona da Mata", explicou o diretor de Engenharia e Operações da RNP, Eduardo Grizendi.

"Já em Santa Catarina a gente já tem [algo em implementação], enquanto no Paraná não tem nada, tendo que começar praticamente do zero", completou Grizendi, em conversa com TELETIME. Neste último caso, haveria redes metropolitanas para o projeto estadual, mas a construção de novo backhaul e troncais seria necessária.

Outras infovias estaduais do Novo PAC descritas como novos projetos são as do Amapá, Bahia, Alagoas, Goiás, Rondônia, Roraima, Acre, Maranhão, Pará, Rio Grande do Sul (Rede Tchê) e Tocantins.

Investimentos

Para Grizendi, uma das vantagens do Novo PAC é impulsionar a entrada da iniciativa privada. "Eu estou trazendo um investimento privado junto, porque com o recurso público do PAC a empresa entra com o recurso próprio para fazer uma rede conjunta. Então, o setor privado faz o lançamento e nós (setor público) entramos com infraestrutura, o que é ótimo", diz. Segundo o pipeline, a ideia é que ao menos a maioria esteja operando nos próximos dois anos.

No total, o investimento para ampliar ou construir infovias qualificadas no Novo PAC (ou Programa de Aceleração do Crescimento) até 2026 é R$ 1,9 bilhão. Isso inclui não apenas as infovias estaduais, mas também projetos regionais como o Norte Conectado e outros de caráter puramente educacional.

A leitura da RNP é que as oito infovias que fazem parte do programa Norte Conectado também serão de suma importância para conectar as áreas com o objetivo de interiorização da conectividade, segundo Simões. Na iniciativa, o MCom prevê investir R$ 1,3 bilhão para beneficiar 10 milhões de pessoas, distribuídas em 59 municípios no Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima. Entre as fontes de financiamento estão recursos do leilão do 5G. 

"São investimentos públicos relevantes para instalar infraestrutura, colocar os cabos nos rios e os centros de dados nas cidades ribeirinhas. Isso é trabalhoso, mas é um investimento importante", afirma o diretor geral da RNP.

Nesta semana, inclusive, o Ministério deu início à implantação da Infovia 03, que vai conectar Belém (PA) à Macapá (AP) por meio de fibra óptica com cabos submersos em rios amazônicos. Etapas anteriores do projeto – como a Infovia 00, entre Macapá e Santarém e a Infovia 01, entre Santarém e Manaus – tiveram papel crucial exercido pela RNP. (O jornalista viajou para Campinas convidado pela RNP)

 

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