Um dia após a rival Ericsson, a fornecedora de infraestrutura de telecom Nokia também anunciou o encerramento das operações na Rússia, na esteira das sanções impostas ao país pela União Europeia devido à guerra com a Ucrânia.
A companhia finlandesa, contudo, solicitou licenças em conformidade com as sanções vigentes para seguir atuando no suporte e manutenção de redes em território russo. Para tal, a Nokia citou "razões humanitárias" e "preocupações de governos ocidentais" com o risco de falha na infraestrutura crítica da rede de telecomunicações da Rússia. "O fluxo contínuo de informações e acesso à Internet que fornece perspectivas externas ao povo russo", argumentou a Nokia.
"Este é o curso de ação mais responsável para a Nokia ao sair do mercado russo", concluiu a empresa, em nota emitida nesta terça-feira, 12. Nas últimas semanas, a fabricante enfrentou questionamentos sobre contratos com clientes do governo russo, mas negou que tenha fornecido tecnologia para sistemas de vigilância no país.
Finanças
Do ponto de vista financeiro, a Nokia projetou impacto limitado da decisão de deixar o mercado russo. Em 2021, a nação representou menos de 2% da receita líquida da fornecedora (que somou 22 bilhões de euros no ano passado). "Considerando a forte demanda que nós vemos em outras regiões, não esperamos que essa decisão impacte nossa habilidade de atingir o guidance para 2022", afirmou a empresa.
Ainda assim, a Nokia vai identificar 100 milhões de euros (cerca de US$ 108 milhões) no próximo balanço como provisões vinculadas à saída de Moscou. Nas últimas semanas, a fornecedora já havia suspendido entregas na Rússia, interrompido novos negócios e transferido atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D) para fora do país. Agora, dentre as três principais fornecedoras de infraestrutura de telecom, apenas a chinesa Huawei segue com operações no território russo.