Roubo de equipamentos de telecom se multiplica para além dos cabos de cobre

Foto: Polícia Civil/Divulgação

O grave problema de roubos e furtos de equipamentos de telecomunicações tem ganhado novas dimensões. Nas últimas semanas, foram registrados novos casos que têm surpreendido por envolver materiais diversos, para além dos fios de cobre – habitualmente subtraídos por conta do seu reconhecido valor de revenda. 

Alguns casos ilustrativos ocorreram já em 2024. Na cidade de Jundiaí (SP), por exemplo, foram presos nos primeiros dias do ano proprietários de um ferro-velho, suspeitos de receptação de placas de retransmissão de sinal pelas antenas de telefonia (RRUs, do inglês Remote Radio Unit). Os equipamentos apreendidos pela Polícia Civil paulista foram estimados no valor de R$ 300 mil. 

Também em 2024, mas em Padre Eustáquio (MG), dois homens foram presos em flagrante por furtarem baterias em estação de uma empresa de telecomunicações. Eles eram funcionários terceirizados do setor, e teriam acesso às instalações de mais de uma prestadora na Grande BH, segundo a PM mineira. O valor dos dispositivos foi avaliado em aproximadamente R$ 150 mil. 

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Em dezembro do último ano, um episódio também chamou atenção – não só pela discrepância com o senso comum, mas pela dimensão. Em São Gonçalo (RJ), foram roubadas todas as placas e equipamentos responsáveis pela operação de um site da Claro, além da própria torre de 10 metros de altura na qual estava instalada a infraestrutura. O evento foi noticiado pelo portal Tele.Síntese.

Ao TELETIME, a Conexis Brasil Digital, que representa as principais operadoras móveis do País, indicou que começou a fazer um levantamento sobre os equipamentos diversos que têm sido subtraídos das redes de telecom brasileiras para além das redes de cobre. A entidade já faz um acompanhamento regular da quilometragem de cabos roubados pelo crime, dada a relevância do problema.

No primeiro semestre de 2023, por exemplo, foi registrado um aumento de 23,5% nos roubos de furtos e cabos em todo o Brasil, indicaram os dados. A extensão dos materiais roubados chegou a 2,89 mil km nos seis meses. Em 2022, o volume subtraído foi de 4,72 mil quilômetros. Os dados completos de 2023 ainda estão sendo apurados.

Diretora de Relações Institucionais e Governamentais e de Comunicação da Conexis Brasil Digital, Daniela Martins apontou ao TELETIME que o roubo e furto cabos e equipamentos de telecomunicações causa prejuízo às empresas e a milhões de consumidores todos os anos, que ficam sem acesso a serviços e recursos de utilidade pública como polícia, bombeiros e emergências médicas. 

"O setor mantém diálogo com o Governo Federal, estados e municípios para priorização do combate a esses crimes. Entre essas ações de combate o setor destaca a importância da aprovação de projetos de lei (PL 5846/16, PL 4997/19 e PL 3780/2023) que tipificam e aumentam a punição para esses crimes", salientou Martins.

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