O fundo norte-americano KKR fez um acordo com o Ministério da Economia e Finanças da Itália para que o país europeu assuma até 20% de participação na cisão de rede fixa da Grupo TIM (ou Grupo TIM, controladora da TIM Brasil). A proposta ainda depende de negociações que envolvem a operadora e acionistas para que um termo de compromisso final seja consolidado.
O anúncio da assinatura do Memorando de Entendimento com a empresa de investimento pelo Ministério da Economia e Finanças da Itália foi feito sem alarde num breve comunicado à imprensa. O documento estabelece os termos para uma oferta vinculativa da participação no capital de até 20%, que ficaria sob responsabilidade do Tesouro da Itália. Além disso, o material diz que as condições acordadas "prevêem um papel decisivo do governo na definição das escolhas estratégicas".
Contexto
Hoje, a TIM Italia está num processo de negociações exclusivas com o KKR sobre a venda da NetCo, spin-off de sua rede fixa. O objetivo é receber uma oferta vinculante para a venda da rede, considerado o ativo mais valioso da empresa, até o final de setembro.
Apesar disso, o sucesso de um acordo final não é certo. Isso porque, em junho, quando a operadora italiana começou a discutir com o KKR sobre a venda da rede para reduzir sua dívida operacional, o fundo americano avaliou o ativo em, no máximo, U$ 25,3 bilhões. Mas a francesa Vivendi (acionista da companhia italiana) afirma que a rede vale mais: pelo menos U$ 32,8 bilhões.
No último balanço dos resultados financeiros do Grupo TIM, divulgado no final de julho, a operadora europeia comemorou o salto nos números da TIM Brasil. A unidade brasileira pertencente à companhia italiana registrou aumento de 104% no lucro normalizado do período (R$ 638 milhões). A operadora usou esse desempenho como um indicativo de que suas atividades estão progredindo conforme planejado.