IoT exige criatividade e integração para atingir expectativas

Foto: Elaine Ballog/Fórum das Operadoras Inovadoras

Representantes de diversos elos da cadeia de Internet das Coisas (IoT) entendem que criatividade, integração de tecnologias, economias de escala e espectro são alguns dos elementos necessários para consolidação do segmento no País e cumprimento das "promessas" iniciais de potencial da tecnologia.

O assunto foi debatido durante o Fórum das Operadoras Inovadoras, realizado nesta semana por TELETIME e Mobile Time em São Paulo. CEO da NLT, André Martins apontou que se o Brasil seguisse a média global da proporção de dispositivos conectados vs. celulares, o País deveria ter 75 milhões de acessos IoT. Mas atualmente, eles são cerca de 43 milhões, aponta o executivo.

"No Brasil ainda temos muitas dificuldades por questões do ecossistema", apontou Martins, defendendo a "criatividade" para a viabilização de modelos em IoT e o papel do integrador como responsável de direcionar tecnologias adequadas para cada caso de uso, inclusive reunindo cobertura de diferentes fornecedoras de rede.

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Para conexões IoT de missão crítica, por exemplo, a NLT defende que apenas redes celulares são recomendadas – e de preferência juntando diversas redes de acesso, para o caso de troca automática quando uma delas estiver indisponível. O modelo já seria aplicado nos Estados Unidos e Europa, mas dependeria de "mudanças de paradigma" para dar certo no Brasil.

Há, contudo, uma grande variedade entre as conexões de IoT, com diferentes exigências de banda ou latência. Entre elas estão a tecnologia aplicada no setor de utilities, com a conexão de medidores de consumo ou de elementos da iluminação pública.

Diretor de novos negócios da American Tower, Janilson Bezerra observou que casos de uso do gênero estão sendo responsáveis "por trazer volume para a mesa" no mercado de IoT, ajudando no amadurecimento de negócios na área. Com isso, a área estaria finalmente saindo da esfera da pesquisa e desenvolvimento e se tornando alternativa real de geração de valor, avalia o executivo.

Ainda assim, a capacidade de integração também foi destacada como gargalo. "Vários projetos não evoluem porque o tomador de decisão não consegue lidar com complexidade", afirmou Bezerra.

Satélites

Além das redes celulares tradicionais e de outros padrões para cobertura IoT como LoraWAN ou Sigfox, o que também deve entrar de vez no jogo são os satélites, sobretudo diante dos avanços no chamado D2D (direct-to-device). "O satélite está entrando na moda para a Internet das Coisas", afirmou o CEO da Viasat do Brasil, Leandro Gaunszer.

A ideia da operadora é participar do avanço do modelo de conexão direta entre espaço e dispositivos na terra, em parceria com operadoras terrestres e outras companhias. Para sucesso do modelo, Gaunszer cita como necessários a padronização de protocolos (que devem avançar com o Release 18 da 3GPP) e a possibilidade das operadoras de satélites utilizarem espectro das teles tradicionais, algo que já está em estudos no Brasil.

Para o consultor Sergio Souza, a chegada de novas opções de cobertura como o satélite devem sim deixar a equação do IoT mais complexa, ampliando o desafio de gestão dos serviços. Por outro lado, diante das grandes expectativas iniciais, também estaria ocorrendo uma filtragem do que é interessante conectar e do que não. "Conectar geladeira não tem tanto valor, mas carros já estão saindo de fábrica conectados".

Provedores

Pelo lado dos provedores regionais, a avaliação da Abrint é que hoje a cadeia é mais usuária de serviços do que fornecedora, aponta o conselheiro da entidade, Basílio Perez. O segmento também tem interesse em se tornar integrador de soluções, viabilizando modelos de negócios de cidades inteligentes, por exemplo. O uso outdoor da faixa de 6 GHz é um dos caminhos visualizados.

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