Investidores mostram otimismo em relação à estratégia da América Móvil

O mercado mexicano se acalmou após o anúncio que mexeu com o ânimo de investidores naquele país nesta semana. Na terça-feira, 8, à noite, a América Móvil (AMX) comunicou e encaminhou ao Instituto Federal de Telecomunicaciones (IFT) a intenção de vender ativos para reduzir sua participação dominante no mercado para menos de 50%, ficando assim em conformidade com a nova legislação que deverá mudar as regras do setor no México. No dia seguinte, as ações chegaram a subir 5%, mas hoje, os papéis da AMX recuaram 1,45% na bolsa mexicana. O órgão regulador deverá avaliar a proposta, mas, até esta quinta-feira, 10, ainda não se manifestou.

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Com a venda de ativos no mercado doméstico, a controladora da Claro, Embratel e Net deverá usar a injeção de dinheiro para investir outros mercados, sobretudo na América Latina. De acordo com o site da Bloomberg, o bilionário mexicano dono da América Móvil, Carlos Slim, disse estar otimista com as baixas taxas de juros e as oportunidades para investir nos outros países onde já atua. De acordo com o site, Slim teria dito que planeja colocar "mais dinheiro em energia, infraestrutura e imóveis na América Latina, particularmente no Brasil, na Colômbia e no Peru".

A América Móvil pretende vender ativos de seu negócio fixo, a Telmex, que detém 80% do mercado mexicano; e da Telcel, sua operadora móvel, responsável por 70% de market share no país. Esses ativos serão vendidos "em condições de mercado ao seu valor comercial", o que deverá garantir um retorno gordo à companhia. Além disso, a empresa deverá colocar à venda todas as estações radiobase (ERBs), torres e infraestrutura passiva.

Outra medida anunciada é a de renunciar à opção de compra de 51% das ações da operadora de TV por satélite Dish México. Ainda assim, a empresa se compromete a honrar o acordo com a companhia de DTH, incluindo serviços de billing e coleta, além de aluguel de distribuição e equipamentos.

Reforma

A manobra de Slim não foi por acaso. Como a América Móvil precisaria conceder infraestrutura ou mesmo desinvestir de acordo com as regras do IFT, o bilionário procurou se antecipar e promover uma maneira mais controlada de realizar a mesma coisa. Além disso, o mercado doméstico pode ainda ser interessante, já que a nova legislação não contempla com a mesma rigidez o mercado de TV por assinatura, que continua dominado pela Televisa.

O projeto de lei do governo mexicano foi apresentado em março do ano passado e visava combater o monopólio da AMX no mercado. Com isso, a administração do presidente Enrique Peña Nieto criou duas novas entidades: o próprio órgão regulador IFT e a Comissão Federal de Concorrência Econômica (CFCE). Essas novas regras de telecomunicações deverão ser colocadas em prática em breve. O texto já passou pelo senado mexicano e aguarda agora o decreto presidencial.

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