O3b Networks lança mais quatro satélites e planeja entrar no mercado brasileiro

A operadora de satélites O3b Networks lançou com sucesso nesta quinta-feira, 10, quatro satélites a bordo do foguete Soyuz, da Ariane Space, a partir da base de Kourou, na Guiana Francesa, . Com isso, a companhia adiciona os novos artefatos à sua constelação, que já tem em funcionamento quatro satélites e deverá ter ainda mais quatro logo no primeiro trimestre do próximo ano. A companhia pretende oferecer transmissão de dados em alta velocidade via banda Ka para 180 países, incluindo no Brasil, e especialmente em regiões remotas, onde a infraestrutura terrestre tem dificuldade para chegar.

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Os satélites não possuem uma órbita geoestacionária determinada, mas irão fornecer cobertura global entre 45 graus de latitude Sul e Norte do Equador, incluindo o Brasil. "Temos uma órbita média equatorial, aproximadamente 8 mil km do Equador, e eles farão uma trajetória ao redor da Terra cinco vezes por dia", explica o vice-presidente da O3b para a África e América Latina, Omar Trujillo. Os aparelhos não possuem nomes tindividuais tampouco, e são construídos pela Thales Alenia usando o mesmo chassi da Globalstar, pesando entre 750 kg e 800 kg cada.

Serão dez transponders dedicados ao Brasil, embora haja a possibilidade de acrescentar mais de acordo com a demanda do mercado brasileiro. A capacidade de cada spot beam será de 1 Gbps a 1,5 Gbps, totalizando entre 10 Gbps e 15 Gbps para o País. "Estamos falando com operadoras, com provedoras de serviço e com o governo, para o segmento do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), mas também temos iniciativa com todos os operadores para levar o 3G e o 4G para zonas remotas", declara Trujillo. "Achamos que temos o maior potencial no Norte e no Nordeste, além do Pré-Sal."

Assim, a O3b pretende fornecer backhaul para as teles brasileiras de maneira semelhante ao que já faz na América Latina (com a Digicel), África (com a Orange) e no Timor Leste (Sudeste asiático, com a Portugal Telecom). Trujillo assegura que, como a órbita é baixa (8.062 km), as condições climáticas como chuva podem ter impacto reduzido. "Temos o fato de estarmos em uma altura bem menor, e isso reduz as perdas que ocorrem com a distância, e estamos utilizando toda a tecnologia existente para compensar a degradação por chuva", declara, dizendo que há uma resposta positiva por parte dos clientes. "Esperamos lançar (o backhaul para) serviços de 3G e 4G nessas regiões (África e América Latina), com serviços de baixa latência."

Outra possibilidade é a de fornecer capacidade para provedores de Internet (ISP) e serviços corporativos – a operadora de satélites tem contrato com a empresa de turismo e cruzeiros marítimos Royal Caribean e espera também oportunidades em bases instaladas para o pré-sal. "A diferença é que oferecemos um serviço com latência bem menor do que o geral (das ofertas) de satélites, e isso tem gerado muito interesse principalmente da indústria de minas e energia, pois a latência afeta muito as aplicações, e agora eles podem ter transmissão satelital com latência similar à terrestre".

Contratos no Brasil

A empresa, que tem escritório no Rio de Janeiro e acabou de contratar um gerente geral para conduzir os negócios brasileiros, adquiriu no dia 22 de outubro o Direito de Exploração de Satélite Estrangeiro junto à Anatel. Em maio, a companhia finalizou a instalação de seu terceiro e maior teleporto em Hortolândia (SP) para prover serviços de dados via antenas para banda Ka – as outras duas unidades ficam no Peru e nos Estados Unidos.

Após a fase de testes, o VP da empresa espera que os novos satélites entrem em operação no final de agosto. Já os contratos com parceiros brasileiros ainda estão em negociação, mas Trujillo está otimista. "Com certeza ainda neste ano, idealmente antes do final do terceiro trimestre", diz. Um dos prováveis parceiros é a Telebras, com quem estão em negociação desde outubro do ano passado para prover backhaul em distritos rurais fora das obrigações do 450 MHz – ou seja, aos distritos que estão além do raio de cobertura de 30 km da sede do município.

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