Ações da Oi são penalizadas por novas notícias negativas de Portugal e corte de rating

Desde que a Portugal Telecom (PT) confirmou no final de junho um investimento de 897 milhões de euros em títulos de dívida da Rioforte, uma empresa do Grupo Espírito Santo (maior acionista da PT), que está em grave situação financeira, a Oi tem experimentado sucessivas desvalorizações de seus papéis em bolsa.

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Na BM&FBovespa, as ações ordinárias da Oi (OIBR3) fecharam o pregão desta quinta, 10, em queda de 13,48%, cotadas a R$ 1,54, e já perderam 57,7% de seu valor em 2014. As ações preferenciais (OIBR4), por sua vez, caíram 13,86% no dia, para a cotação de R$ 1,43, e somam desvalorização de 60,3% no ano. São os valores mais baixos dos papéis da Oi nos últimos cinco anos.

A situação se agravou com a notícia do jornal português Diário Económico de que o Espírito Santo International (ESI), maior acionista do Espírito Santo Financial Group (ESFG) e que tem 25% do Banco Espírito Santo (BES), estaria avaliando pedido de insolvência em Luxemburgo se não conseguir chegar a um acordo de renegociação da dívida com seus principais credores. As ações da ESFG chegaram a cair 18,7%, para o valor mais baixo desde 2013, e sua negociações na Bolsa de Lisboa foram suspensas com desvalorização de 17,24% (para 0,509 euro) a pedido da própria empresa. Na sequência, a CMVN, a comissão de valores mobiliários de Portugal, estabeleceu a suspensão das ações do BES até que o banco emitisse fato relevante. A Portugal Telecom é uma das empresas credoras.

As ações da Portugal Telecom também sofreram desvalorização na Bolsa de Lisboa e encerraram o pregão cotadas a 1,864 euros, queda de 6,80%. A maior parte investimento 897 milhões de euros feito pela PT em papéis de dívida da Rioforte vence no próximo dia 15 e o temor do mercado é que a PT não seja capaz de recuperar esse investimento.

Reflexos

Para piorar a situação, o banco J.P. Morgan cortou a recomendação da Oi de neutra para underweight devido à deterioração percebida na governança corporativa justamente por conta do empréstimo feito pela PT a uma subsidiária de seu maior acionista, o BES.

Na avaliação do J.P. Morgan, um dos benefícios esperados com a fusão da Oi com a PT era a "adoção de padrões mais elevados de governança corporativa" e "as transações com grandes acionistas sem o devido conhecimento dos acionistas minoritários são negativas para a governança corporativa". O banco levou em consideração ainda que, devido a uma auditoria que mostrou irregularidades na contabilidade da ESI e denotam uma grave situação financeira, é alto o risco de a PT não recuperar o dinheiro investido na Rioforte no dia 15, data do vencimento da maior parte dos papéis adquiridos.

O relatório do J.P. Morgan também diz que a diretoria da Oi deve "chegar a melhores termos para a fusão", uma vez que a PT investiu na Rioforte, à época, cerca de 40% de seu valor de mercado. "Em comunicado, a Oi alegou que tomará as ações necessárias para proteger seus interesses. Na nossa visão, isso deve resultar em uma menor valoração dos ativos da PT na fusão, e isso seria positivo para as ações da Oi, em nossa visão", conclui o documento.

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