Telefônica e TVA devem alinhar ofertas de TV paga

Durante debate realizado na ABTA 2007, o presidente da Telefônica, Antônio Valente, não deu detalhes sobre a estratégia comercial da empresa no setor de TV paga, especialmente sobre o lançamento do serviço com a plataforma própria de DTH, independente da atual parceria com a DTHi. Mas deixou claro que o principal entrave, nesse momento, é a questão da programação, sobretudo a negociação com a Globosat. Valente reconheceu que existem alguns conteúdos que têm um valor diferenciado, dando a entender que esse seria o caso da Globosat, e admitiu, especificamente sobre esse caso, ?negociações cordiais? e a possibilidade concreta de ?se chegar a um acordo?.
Mas afinal, que estratégia a Telefônica prepara para a TV paga? A empresa, até aqui, é sempre o tema de conversas entre programadores e operadores na ABTA 2007, principal evento de TV por assinatura, que termina nesta quinta, 9, em São Paulo. Mas o posicionamento da empresa ainda não está claro para o mercado. Afinal, não faz sentido o lançamento de um segundo DTH se a empresa já tem uma parceria com a DTHi. Também não faz sentido lançar produtos muito diferentes dos produtos que hoje a TVA oferece, e a Telefônica é acionista da TVA, controladora inclusive, no caso das operações de MMDS.
Segundo diferentes fontes ouvidas por este noticiário, todas envolvidas com a operação da Telefônica, é evidente que haverá um alinhamento de produtos e estratégias por parte da Telefônica. Mas não necessariamente tudo será no modelo hoje usado na DTHi. "O modelo da DTHi é uma estratégia de entrada", diz um dos executivos ouvidos por este noticiário.

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Aproximação de pacotes

Fontes da TVA também confirmam que haverá uma aproximação de pacotes, inclusive para as atuais operações da TVA. A tendência é que os pacotes sejam mais flexíveis do que é o empacotamento da TVA hoje, mas nem tanto como os pacotes da DTHi.
Mas a Telefônica será uma operadora de TV por assinatura que priorizará o público que hoje não tem TV paga e que, portanto, não está disposto a pagar o que se cobra hoje? Segundo apurou este noticiário, não é bem assim. A Telefônica quer ser a opção para lares em que ainda não há oferta de TV paga, mas não deixará de brigar pelo cliente mais abastado. A operadora reconhece, contudo, que no DTH ainda há uma necessidade de investimento e melhoria do produto para que possa competir em pé de igualdade com a Sky e com a Net por este cliente de maior valor.
Muito se comenta sobre a possível data de lançamento do chamado "DTH próprio da Telefônica". Trata-se, na verdade, da operação com licença própria, já que o satélite (Hispasat) e a maior parte da estrutura técnica e operacional serão as mesmas hoje usadas pelo Você TV, prestado em parceria com a DTHi. A mudança é que o "DTH próprio" dará à Telefônica mais flexibilidade sobre o que fazer e não fazer. O tal serviço pode até ser lançado já neste final de semana. Depois disso, espera-se a integração da base da DTHi à Telefônica, por um modelo ainda não divulgado. "Queremos ajustar essa situação fragmentada de licenças o mais rápido possível", diz um executivo.
Em relação à programação, a Telefônica tem contratos acertados com praticamente todos os principais canais, mas a negociação com a Globosat ainda está em andamento, com boas chances de acerto entre as partes. A TVA também precisa ajustar alguns contratos para poder seguir um empacotamento "mais flexível".
Todos os executivos ouvidos fazem questão de dizer que nada será feito antes de que haja uma aprovação completa na Anatel. Aliás, nem mesmo o pagamento pela parte da TVA comprada pela tele espanhola (algo perto de R$ 1 bilhão). A transação só se conclui após a aprovação regulatória.
Após a concretização da fusão, nas áreas cobertas pela TVA, a Telefônica não venderá o serviço de DTH e a prioridade será sempre o serviço Ajato de internet em banda larga.

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