Citibank tira Opportunity da gestão do CVC Internacional

O Opportunity está destituido da gestão do CVC/Opportunity Equity Partners LP (CVC Internacional), fundo de investimentos sediado em Cayman. Era por meio deste fundo que o grupo de Daniel Dantas se mantinha no controle de diversas empresas adquiridas em processos de privatização. Com isso, o Opportunity deve deixar a administração destas companhias. A decisão de destituir Dantas foi tomada nesta quarta, 9, pelo Citibank, único investidor do fundo.
Segundo apurou este noticiário, as áreas de relações com o mercado de todas as empresas abertas onde o CVC Internacional participa como acionista nos blocos de controle já foram notificadas da mudança para efeitos legais e para providências junto às autoridades. Isso significa que Brasil Telecom, Telemig Celular, Amazônia Celular, Santos Brasil (Porto de Santos), Metrô do Rio e Sanepar terão que informar ao mercado sobre a mudança, o que ainda não havia sido feito até o fechamento desta edição. O CVC tem ainda uma participação via Lexpart na Telemar, mas nesse caso não há posição de controle.
O Citi nomeou também um gestor próprio para o fundo, ou seja, não será o mesmo gestor do Investidores Institucionais FIA, que participa praticamente dos mesmos investimentos que o CVC Internacional e onde estão os recursos dos fundos de pensão nacionais. Entretanto, sabe-se que as fundações previdenciárias têm com o banco norte-americano um acordo de acionistas para a gestão das companhias e condições de desinvestimento conjuntas. Vale lembrar que o Investidores Institucionais chamava-se CVC Opportunity Equity Partners FIA (CVC Nacional) até destituir, assim como fez o Citi agora, Daniel Dantas da gestão, o que aconteceu em outubro de 2003. CVC Nacional e CVC Internacional foram criados em 1997 para participarem, nas mesmas condições, de investimentos em empresas privatizadas. As brigas com o Opportunity desequilibraram a relação entre os dois fundos.

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Processo precipitado

O Citi já vinha em processo de desligar o Opportunity do CVC, uma vez que o contrato de gestão terminava em meados deste ano. E esse movimento era negociado com os fundos de pensão brasileiros e com a Telecom Italia. Mas a decisão de destituir imediatamente o gestor foi precipitada pela iniciativa de Daniel Dantas e sua equipe de colocarem a leilão o controle das empresas Telemig Celular e Amazônia Celular, anunciada na sexta passada, dia 4. A manobra foi imediatamente entendida como uma tentativa de fazer da Brasil Telecom a nova controladora das duas teles celulares à revelia do banco norte-americano e dos sócios brasileiros. A estratégia beneficiaria o Opportunity, pois se fosse concretizada, inviabilizaria, por exemplo, a volta da Telecom Italia ao controle da BrT e atrapalharia muito as negociações dos fundos e do próprio Citibank para venda de suas participações.
Agora, espera-se a imediata suspensão da chamada de leilão aberto da Telemig e da Amazônia Celular e reviravoltas importante no controle da Brasil Telecom, das demais empresas privatizadas onde o fundo está e em uma série de pequenas empresas onde o Opportunity aplicou os recursos do CVC Internacional.
Espera-se também resistência do Opportunity, que certamente ainda tem nas complexas composições societárias de todas as empresas e nos acordos de acionistas (alguns não-públicos) mecanismos para se blindar contra as investidas contrárias a seus interesses.

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