Em análise recente, a consultoria americana Bain prevê que, até 2027, US$ 127 bilhões (de um mercado total de US$ 277 bilhões) serão investidos em chips e componentes de hardware para dispositivos e sistemas que suportam a computação inteligente de borda – o edge computing.
Apesar da oportunidade, a maioria dos players não está totalmente preparada para abordar esse mercado, segundo a Bain. O estudo da consultoria fala ainda que, dada a velocidade de evolução, as empresas precisam agir agora para atender à demanda de forma eficaz.
A pesquisa da Bain também detalhou o cenário enfrentado pelos desenvolvedores, que tomam decisões cujas prioridades refletem a complexidade desse processo. De acordo com os dados, cerca de 59% deles valorizam uma solução integrada full-stack, buscando harmonia entre hardware e software para uma experiência coesa.
Como esperado, a segurança também é uma das principais preocupações, com cerca de 53% dos desenvolvedores classificando-a entre as quatro principais prioridades. Cerca de 51% consideram o ótimo desempenho energético como uma das primeiras preocupações.
"Conforme os mercados amadurecem, os consumidores podem indicar preferência por soluções abertas que melhor se adaptem às suas necessidades ou ao seu ecossistema de software", informou a Bain.
Integração do edge computing
De acordo com a consultoria, devido à crescente importância da integração na computação inteligente de borda e à relativa escassez de soluções abrangentes nesse campo, as linhas de competição tradicionais estão se tornando menos definidas.
Isso ocorre em cenário em que a maioria dos fornecedores carece de ofertas full-stack, exigindo que as empresas busquem parcerias para abarcar toda a gama de soluções. Por exemplo, estratégias direcionadas para aplicações que unem componentes digitais e analógicos, combinando microcontroladores e reprodutores analógicos, estão ganhando destaque, segundo a consultoria.
A Bain exemplificou esse cenário acima mencionando players como Nvidia e Qualcomm. Ambos os dois estão investindo em soluções integradas de hardware e software, além de desenvolver ferramentas consideradas amigáveis aos desenvolvedores – como a plataforma Nvidia Jetson e a Qualcomm Drive Data.
Na América Latina
O edge computing é uma das principais promessas do setor de tecnologia e na América Latina isso não é diferente. Na terça-feira, 5, a Dell classificou a expansão da computação de borda como uma das principais tendências emergentes para o mercado da região a partir de 2024. Por aqui, a explicação envolve a criação de modelos de inteligência artificial (IA), focados nessa abordagem de computação descentralizada.