Como um dos três pilares da Cisco – ao lado de segurança e sustentabilidade -, a inteligência artificial foi um dos tópicos mais comentados durante a conferência Cisco Live, que acontece nesta semana em Las Vegas, Estados Unidos. Apesar de ter havido uma abordagem de tecnologia, a fornecedora norte-americana fez também considerações sobre o ambiente de regras e soberania no qual a IA precisará se basear.
"Precisamos ter regulação para isso de alguma forma", declarou a CLO da companhia, Dev Stahikopf, durante painel temático no evento nesta quarta-feira, 7.
O entendimento é que, como uma companhia multinacional, a Cisco precisa lidar com diversas legislações e requerimentos, incluindo a lei de proteção de dados europeia (GDPR). E essa "colcha de retalhos" regulatória para IA precisa funcionar de forma interligada. "Tem muitas conversas por meio de jurisdições", explica, citando as constantes transações e interconexões entre Estados Unidos e União Europeia.
A CSO da Cisco, Liz Centoni, argumenta que a empresa sempre tem considerado a segurança e privacidade como parte fundamental da estratégia de inteligência artificial, com uma abordagem que leva essas diferentes jurisdições em consideração. "Privacidade é um direito humano, como diz o nosso CEO [Chuck Robbins], e agora, com esse mundo multicloud, países estão focados em manter os dados internamente", afirma.
Porém, ela teme que possa haver algum engessamento caso as regras não levem em consideração o dinamismo da tecnologia. "Quando se traz regulação, complica muito e reduz a inovação, mas isso não impede [a criação de] regras."
A preocupação envolve um mercado com potencial significativamente ainda não explorado. Segundo a previsão de Centoni, as oportunidades da AI em redes poderão fazer a camada Ethernet sair de um mercado atual de US$ 1,5 bilhão para US$ 8,5 bilhões "só mudando para inteligência artificial".
* O jornalista viajou a Las Vegas a convite da Cisco.