Nesta segunda-feira, 6, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) uma consulta pública da Telebras para buscar informações a respeito de fornecedores de infraestrutura, capacidade e soluções de satélites.
Segundo a empresa, a ideia é buscar a "melhor solução para a ampliação da cobertura satelital", visando o atendimento nas regiões Norte e Nordeste do País e a manutenção da posição orbital 57W.
"O objeto de consulta contempla receber subsídios, desde a aquisição de capacidade adicional em satélites existentes até a implementação de infraestrutura satelital própria, incluindo serviços de instalação, ativação, suporte e manutenção, não se restringindo à essas alternativas", apontam documentos de suporte da consulta.
Na ocasião, a Telebras reconheceu que a busca se conecta com o esgotamento da capacidade do satélite que a empresa já possui. "A Telebras, ao enfrentar o desafio da saturação do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) nas regiões Norte e Nordeste, evidencia a necessidade crítica de expandir sua cobertura satelital".
As alternativas da Telebras para ampliação da cobertura de satélites
Outro ponto trazido foi a rede privativa do governo, que terá participação da empresa. "Vale ressaltar a Rede Privativa de Comunicações da Administração Pública Federal que é de responsabilidade da Telebras. A expansão da cobertura satelital, alinhada às premissas desta rede, oferecerá uma camada adicional de segurança na transmissão de dados, essencial para operações governamentais, militares e para grandes entes de governo".
"Ademais, a atualização e expansão da infraestrutura satelital são essenciais para manter a competitividade da Telebras no mercado de telecomunicações na oferta e atendimento ao governo", completou a estatal.
Dessa forma, os players interessados deverão enviar os dados solicitados à Telebras em até 45 dias a partir desta segunda. Para mais informações, os interessados podem consultar o site da própria Telebras.
Vale lembrar que, em março, a Telebras assinou um memorando de entendimento (MoU) com a operadora de satélites Hispasat para a análise das necessidades atuais de conectividade via satélite no Brasil, com o objetivo de atendimento de áreas remotas através de um eventual artefato compartilhado.
Posição orbital
Vale destacar que a Telebras ainda não tem Direito de Exploração para a posição 57W no Brasil. A estatal e o Ministério da Defesa solicitaram submissão de rede de satélites na posição desde 2017, e ano passado a Telebras submeteu outra rede, uma vez que a antiga será suprimida na União Internacional de Telecomunicações (UIT), conforme apurou TELETIME.
"A efetiva alocação e o uso da posição orbital 57W emerge como um componente crítico […]. O direcionamento que este projeto pode trazer, a partir do lançamento desta RFI e busca por potenciais soluções de atendimento, pode colocar a Telebras no caminho de uma subsequente interação com a Anatel e a UIT para assegurar o direito e a capacidade de utilizar esta posição orbital", apontou o texto da consulta aberta hoje.
"Sendo assim, este projeto de expansão da cobertura satelital é vital para a Telebras, pois a operacionalização na posição 57W tem o potencial de ser fundamental na definição do uso dessa localização orbital. A implementação bem-sucedida desse projeto pode garantir não apenas o direito de uso desta posição orbital pela Telebras, mas também reforçar significativamente sua infraestrutura de telecomunicações nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, áreas que são de importância estratégica para a empresa e para o País", completou.