Entre as medidas anunciadas pelo Ministério das Comunicações (MCom) em meio aos esforços de apoio ao Rio Grande do Sul está um compromisso das operadoras em manter o sinal dos clientes inadimplentes no Estado, abalado por fortes chuvas e enchentes, assegurou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho.

"As operadoras vão manter o sinal dos clientes inadimplentes no Rio Grande do Sul. Para o ministro [Juscelino Filho], a comunicação é um item essencial neste momento de crise, para que as vítimas possam identificar pontos de risco, localizar abrigos, alimentação e atendimento médico, além de se comunicar com seus familiares e amigos sobre a situação", anunciou a pasta, em balanço de ações emergenciais do MCom para apoio ao RS divulgado nesta terça-feira, 7.

Até o momento, uma prática que tem sido adotada pelas operadoras é a concessão de bônus para clientes pré-pagos, variando entre 5 GB a 10 GB entre as três principais prestadoras.

Além disso, as operadoras realizaram uma liberação do roaming e a integração do sinal entre as empresas. Isso permite que os clientes de uma operadora possam utilizar a rede das outras quando necessário, garantindo o acesso contínuo à comunicação. O foco é mitigar problemas de conectividade na região e a ação também contou com atuação do MCom.

Em paralelo, o ministério disponibilizou 34 antenas de emergência da Telebras para apoiar as equipes de resgate, centros de Comando de Crise, hospitais de campanha e abrigos com Internet de banda larga nas regiões atingidas pelas enchentes.

Dos 497 municípios no Rio Grande do Sul, 259 tiveram a conectividade afetada de forma parcial, afirmou a Anatel, mas agora há ao menos alguma prestadora com cobertura ativa na maior parte deles. Segundo a última atualização da agência, referente ao dia 5, apenas 12 cidades não contavam com sinal móvel de nenhuma prestadora. Também há severo impacto sobre redes fixas.

No boletim da Defesa Civil do RS divulgado da tarde desta terça-feira, as enchentes no Estado causaram 95 vítimas e 131 desaparecidos. Ao todo, 1,44 milhão de pessoas foram afetadas. Dessas, 159 mil estão desalojadas.

Correios

O ministério destacou ter mobilizado os Correios, Telebras e Anatel para contribuir com os esforços do Governo Federal para ajudar as vítimas das enchentes. "É uma determinação do presidente Lula que todos os esforços do Governo Federal sejam empregados para apoiar as vítimas da tragédia no Rio Grande do Sul", disse Filho.

No caso da estatal logística, a rede de agências dos Correios nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Distrito Federal, Bahia, Pernambuco e parte do Rio Grande do Sul está recebendo doações de itens essenciais. Os Correios estão coletando e gratuitamente nas cidades gaúchas.

No Rio Grande do Sul, as doações podem ser entregues nas agências centrais dos municípios São Borja, Santo Angelo, Santa Rosa, Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Campo Bom, Sapiranga, Parobe, Taquara, Montenegro, Pelotas, Rio Grande, Camaqua, Bagé, Jaguarão, São Lourenço do Sul, Anta Gorda, Arvorezinha, Butia, Cachoeira do Sul, Charqueadas, Estrela, Foutoura Xavier, Guaporé, Ilopolis, Mato Leitão, Nova Brescia, Pântano Grande, Rio Pardo, Salto do Jacuí, Santa Cruz do Sul, Sobradinho, Teotoania, Taquari, Venancio Aires e Vera Cruz.

Em Porto Alegre, a arrecadação acontece nos Centros de Distribuição Domiciliária Vila Jardim, (Avenida Saturnino de Brito, 46, Vila Jardim), Antônio de Carvalho (Avenida Bento Gonçalves, 6613) e, a partir de terça-feira (7), nos CDDs Restinga (Estrada Barro Vermelho, 59) e Cavalhada, (Camaquã, 408). Todos funcionam das 8h às 17h e recebem itens como: colchões, cobertores, lençóis de solteiro, água, produtos de higiene, copos plásticos, fraldas infantis e geriátricas e rações para cães e gatos.

No primeiro dia de ação (segunda-feira), foram arrecadadas 200 toneladas de itens, apenas nos estados de SP, RS e PR. A previsão de chegada no RS dos primeiros donativos arrecadados é entre os dias 8 e 9/05.

Além disso, a estatal vai transportar gratuitamente mais de 50 toneladas de roupas e calçados apreendidos pela Receita Federal para a Defesa Civil gaúcha.