Provedores defendem fundo para reconstrução de redes no Rio Grande do Sul

Sobrevoo em Canoas, Canoas - RS. Foto: Ricardo Stuckert / PR

As enchentes que afetam o Rio Grande do Sul e que causaram mais de 80 mortes no Estado, além de mais de uma centena de desaparecidos, também impactaram severamente a infraestrutura de telecomunicações da região. Entre provedores de Internet, há demanda por um fundo emergencial para a reconstrução das redes, inclusive a partir do Fust.

O pleito foi levado por representantes da associação de provedores InternetSul à Anatel, que mobilizou um Comitê de Crise com representantes das grandes operadoras e dos maiores provedores do Estado, como Brasil Tecpar e MHNet, além de empresas de menor porte.

"A InternetSul já está redigindo uma carta para formalizar este pedido [de um fundo] à Anatel", declarou no último domingo a diretora Jurídica da InternetSul, Andréa Rebechi de Abreu Fattori. Além de recursos estaduais e federais, uma alternativa seria o uso do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), que começou no ano passado a ser aplicado no financiamento de projetos no setor.

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Segundo a InternetSul, as chuvas sem precedentes enfrentadas na última semana causaram grande impacto na infraestrutura de banda larga. "Muitos postes e pontos de conexão que ligam as mais diversas cidades gaúchas estão abaixo d'água", relatou um comunicado da entidade, no último sábado.

No momento, o levantamento de informações sobre os impactos das enchentes é aspecto considerado essencial nos trabalhos. "A InternetSul está liderando esse esforço, por meio de um grupo específico, mas há é extremamente importante o intermédio da Anatel junto aos fornecedores nas ações que garantirão o restabelecimento dos serviços, como condições especiais de aquisição de insumos e equipamentos, por exemplo", complementa Abreu Fattori.

A Defesa Civil gaúcha tem realizado um acompanhamento periódico do impacto nas redes das grandes teles. No boletim divulgado na manhã desta segunda-feira, 6, havia 40 municípios sem serviços de telefonia e internet da Vivo, 32 da TIM e 24 da Claro. Isso significa que as duas últimas conseguiram restabelecer serviços em determinadas cidades, enquanto a Vivo enfrenta hoje um número maior de ocorrências na comparação com sexta-feira.

Outra situação preocupante é dos números de emergência e utilidade pública vinculados à outorga de telefonia fixa (STFC), com mais de 100 terminais necessitando de reparos e muitas localidades sem acesso a esses serviços.

Um boletim sobre a crise divulgado pelo governo gaúcho ainda contabilizava 418 mil pontos sem energia no Estado, além da impossibilidade no tráfego de veículos e pessoas em diversas vias.

Campanha emergencial

Uma das iniciativas que está sendo mobilizada pela InternetSul é uma campanha de arrecadação pela recuperação da conectividade no RS. O movimento conta com apoio de diversos entes, como Associação Neo, RedeTelesul, Aspro, APIMS, Abranet, Abrint, Abramulti, ProBahia, Telcomp, Seinesp e AspeAL.

Campanha visa recuperação da rede de Internet no Rio Grande do Sul

A campanha visa recolher doações, em dinheiro ou em equipamentos, para auxiliar na recuperação da infraestrutura. Para doações de equipamentos, os interessados devem acessar o site da campanha em www.internetsul.com.br ou contatar o gerente Executivo da InternetSul, Henrique Prudencio, pelo email gerencia@internetsul.com.br.

Já para doações em dinheiro, o PIX é a chave e-mail sos@internetsul.com.br. Todo o valor arrecadado será destinado à recuperação da infraestrutura de Internet no Estado e as doações serão devidamente notificadas, com auditoria fiscal por escritório especializado parceiro da InternetSul.

Outra iniciativa está sendo promovida IPV7, empresa de tecnologia para provedores sediada no Rio Grande do Sul. Ela está disponibilizando gratuitamente a infraestrutura de cloud e servidores virtuais para operadoras afetadas. A IPV7 também relata casos de provedores com data centers, racks e equipamentos submersos na água.

 

Calamidade pública

No último domingo, o governo federal reconheceu estado de calamidade pública em 336 municípios do Rio Grande Sul, incluindo a capital Porto Alegre. A lista completa pode ser verificada aqui.

Já o boletim desta manhã da Defesa Civil gaúcha aponta as seguintes ocorrências:

  • Municípios afetados: 345
  • Pessoas em abrigos: 19.368
  • Desalojados: 121.957
  • Afetados: 850.422
  • Feridos: 276
  • Desaparecidos: 111
  • Óbitos confirmados: 83

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