Para Cisco, crescimento dos acessos M2M justifica virtualização de rede das teles

Ganhar mais agilidade no lançamento de novos produtos e serviços na competição com provedores over-the-top (OTT) e diminuir custos operacionais têm sido os principais fatores que estão desenhando o caminho evolutivo das redes das operadoras de telecomunicações rumo a uma arquitetura virtualizada, também conhecida como redes definidas por software (SDN, na sigla em inglês). "A grande motivação, em última análise, é a agilidade na competição com os OTTs, que vieram de um mundo web em que o ciclo de vida é muito mais curto – alguns meses versus algumas semanas, de maneira escalável e com redução de custos no Opex", avalia o engenheiro consultor da área de Service Providers da Cisco, Igor Giangrossi.

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A necessidade passará a ser ainda mais patente, na visão de Giangrossi, com o crescimento dos acessos machine-to-machine (M2M). "Há um potencial muito grande com o que chamamos de Internet das coisas, e a comunicação M2M, apesar de ter como característica um tráfego pequeno gerado por dispositivo, tem por outro lado a produção de um número muito grande de seções e, embora seja um mercado ainda incipiente no Brasil, deve ter um crescimento muito grande", analisa. "Com smart grids, por exemplo, pode ser que surja a necessidade de novas aplicações de um dia para o outro e a operadora tem de criar os recursos necessários para suportar isso dentro da rede móvel e só uma arquitetura virtualizada dá flexibilidade para isso", conclui.

Mudança gradual

Em todo o mundo, os primeiros avanços têm se dado na virtualização de funções de rede (NFV), com anúncios das primeiras implantações e testes de conceito de grupos importantes como a norte-americana AT&T e a espanhola Telefónica, e a migração de arquitetura deverá ser gradual. "É claro que ninguém vai sair substituindo toda a infraestrutura, tem de haver justificativa de negócios. Existe muito interesse das operadoras de primeiro entender quais são os limites de capacidade da tecnologia, quais os impactos em Capex e Opex antes de ir para uma implementação em larga escala", reconhece o executivo. "É tudo ainda muito novo e não muito simples de ser absorvido. É prudente da parte das operadoras estudarem esse novo tipo de arquitetura para se sentirem seguras na hora de dar esse passo".

Para ele, entretanto, esse processo não levará muitos anos: "Há pressão de várias operadoras fora do Brasil para ter isso logo, e também dos fabricantes. Todas as operadoras, mesmo no Brasil, já estão avaliando isso é acredito que no final de 2014 e começo de 2015 já devemos começar a ter novidades", estima.

Virtualização como serviço

A estratégia da Cisco para virtualização se baseia na oferta de soluções já disponíveis comercialmente para três camadas de rede: a parte de infraestrutura propriamente virá com a virtualização de Evolved Programmable Network, sua solução de evolved packet core; na orquestração, com a solução Evolved Services Platform; e com a plataforma Webex e de terceiros para a camada de aplicações.

E além de vender apenas as soluções, a Cisco passou a oferecer também serviços de virtualização. "Começamos há mais de um ano a fazer versões virtualizadas de produtos que já existiam em versão tradicional (com hardware e software integrados), uma plataforma de orquestração e construímos um modelo de serviços para as operadoras entregarem aos clientes finais. Funciona para uma prateleira para a operadora que não quiser ter seu próprio data center ou cloud", diz. O modelo poderia oferecer, por exemplo, um serviço de gravação de vídeo (DVR) na nuvem totalmente hospedado pela Cisco. "Temos um Services Broaker, um catálogo de serviços que podem ser customizados por perfis de clientes e que funciona como um front integrado ao OSS e BSS dos clientes. Juntamos a isso elementos virtualizados de NFV, uma orquestration engine e provemos os recursos necessários de rede, memória e armazenamento. Vendemos como serviço ou solução", detalha Giangrossi.

 

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