O acordo para fim da arbitragem sobre o preço final da Oi Móvel envolveu valores relativamente pequenos, mas foi considerado um desfecho positivo para as compradoras envolvidas no negócio (TIM, Vivo e Claro), apontaram analistas de mercado.
"Embora os montantes não sejam extremamente significativos, a notícia é sem dúvida positiva para os três compradores, com a TIM sendo a que mais se beneficia, pois adquiriu a maior parte dos ativos móveis da Oi e por possuir a menor capitalização de mercado'" afirmou a área de pesquisa do BTG Pactual, em relatório na última quinta-feira, 5.
Pelos termos do acordo com a Oi para encerramento da controvérsia, metade de R$ 1,4 bilhão que seguia retido desde a operação foi repassada para a vendedora, com a outra metade voltando ao caixa das teles, mais variação de 100% do CDI. Com isso, o valor final da venda da Oi Móvel foi reajustado de R$ 15,9 bilhões para R$ 15,1 bilhões.
O BTG Pactual calculou qual o valor após as correções e a cifra líquida (após o pagamento de impostos) recebido por cada empresa.
Reembolso | Valor ajustado | Valor após imposto | |
TIM | 317 | 360 | 238 |
Vivo | 244 | 277 | 183 |
Claro | 162 | 184 | 122 |
"Dado o histórico da Vivo de distribuir aproximadamente 100% dos lucros e o fato de a TIM estar atualmente gerando fluxo de caixa que excede seus pagamentos de dividendos, faria sentido para as empresas distribuir os ganhos aos acionistas", defenderam os analistas do banco.
Já a XP Investimentos colocou também a Oi como uma das beneficiadas com o desfecho da arbitragem, em nota sobre o negócio. "Na nossa análise, consideramos que, apesar dos valores relativamente baixos envolvidos na negociação entre as empresas TIM e Vivo, o desfecho é positivo para todas as partes envolvidas. Isso ocorre porque o acordo alcançado evita que o litígio entre as empresas seja levado aos tribunais, o que poderia prolongar-se por um período indeterminado. A Oi receberá cerca de R$ 800 milhões", pontuaram os analistas.
O acordo anunciado também não trouxe nenhuma indenização, nota a XP. A divergência de R$ 3,4 bilhões apontada por TIM, Vivo e Claro no preço final da Oi se devia a pontos como capital de giro, dívida liquida, capex e ajustes na base de clientes da antiga Oi Móvel.