Uma das frentes de negócio da Viasat, o fornecimento de Internet em aviões, naturalmente registrou impacto da pandemia por conta das restrições e reduções de viagens. Por outro lado, segundo o VP de mobilidade comercial da companhia, Don Buchman, a crise da covid-19 também acabou por acelerar uma mudança no modelo de negócios desse segmento, que agora encontra uma tendência de oferta de conectividade "gratuita" nos voos em vez do modelo "pré-pago" de acesso.
O modelo de negócios até então era mais focado no acesso pago na hora pelo passageiro, o que resultava em uma taxa de uso de apenas 5% a 10% dos passageiros. Algumas empresas oferecem conexão gratuita, mas apenas para aplicativos de mensagens, e sem poder baixar conteúdo de mídia.
"No mundo pós-covid, todos querem ficar conectados", declarou Buchman nesta terça-feira, 6, durante painel no Congresso Latinoamericano de Satélites, evento organizado por TELETIME. Agora, as empresas procuram ir ao modelo de oferecer a banda larga a todos sem a barreira inicial da necessidade de compra de créditos. "Vai mudar para obter valor por outras formas, como serviços terceiros com propagandas, de forma que os passageiros tenham o acesso gratuito da mesma forma que têm a uma água ou refrigerante", declara, citando que o preço poderia ser embutido também na própria passagem aérea – afinal, alguém terá de pagar pela conectividade.
Sem intermediários
Para Don Bunchman, a Viasat acerta em uma abordagem focada na conectividade, permitindo atender à demanda de capacidade com investimentos dedicados. A operadora oferecer a solução fim a fim, sem integradores, "para que a gente possa entregar o produto final de forma mais otimizada".
No Brasil, a companhia tem parceria com a companhia aérea Azul e a fabricante Embraer. A Viasat assinou acordo em novembro do ano passado para entregar serviços em mais de 100 aeronaves Airbus A320neo e Embraer E195-E2. No mundo, são 12 companhias, naturalmente com um foco nos Estados Unidos.
Casos de uso
O executivo da Viasat argumenta que no voo também é necessário ter formas de conectividade para se preparar ao chegar em diferentes localidades, observando as regras locais de distanciamento social e funcionamento de transportes públicos, por exemplo.
Outra situação é a de pagamentos por aproximação para serviço de bordo, além de aplicativos que tragam integração com serviços – como solicitar a atenção de um comissário, por exemplo. A conectividade também inclui aplicações de maior demanda de dados, como conferência de vídeo e mesmo streaming de entretenimento. "É um mercado muito empolgante para nós, mesmo na pandemia", declara Buchman.