O mercado de satélites D2D (direto para dispositivo) observa momento de crescimento, e pode gerar US$ 137 bilhões em receitas cumulativas com oferta de serviços entre 2022 e 2032, de acordo com relatório da NSR (divisão da consultoria Analysys Mason).
Apesar disso, o setor terá que avançar por algumas fases de capacidade para que o setor consiga atingir todo o potencial. Um desses desafios é o fato de que o mercado multimilionário de satélites D2D depende da penetração de serviços de voz e dados. Segundo os analistas, nessa fase inicial da tecnologia, os serviços "serão básicos e limitados a emergências e mensagens de texto".
Fonte: NSR/Analysys Mason
Apesar disso, a Analysys Mason projeta um mercado vasto e acessível quando maiores capacidades de dados e voz forem alcançadas, principalmente entre residentes rurais, serviços de socorro e verticais que necessitam de conexão em ambientes remotos.
Dimensionamento da frota e padrões
Para isso, no entanto, os especialistas dizem que é necessário dimensionar a frota de satélites para atender novos serviços. "Constelações antigas, como Iridium e Viasat/Inmarsat, têm capacidades limitadas e os serviços são restritos a emergências e mensagens. Será necessário lançar mais capacidade de satélite", afirmaram os analistas.
O aproveitamento dessas receitas também exige que empresas abandonem soluções proprietárias e avancem para modelos padronizados – como ocorreu com a SpaceX (quando abriu mão da comercialização de dispositivos do Swarm IoT) e com a Iridium, em favor de soluções baseadas em padrões.
"A inclusão das redes não terrestres no 3GPP Release 17 abriu as portas para o avanço das tecnologias D2D. Embora a versão 17 se concentre principalmente nas capacidades de banda estreita das redes não terrestres 5G, espera-se que a versão 18 melhore e expanda os padrões para aplicações de voz e dados através de satélites", explicaram os especialistas.
Seleção estratégica de parceiros
Com tantos players envolvidos no ecossistema D2D (incluindo fabricantes de chipsets, fabricantes de aparelhos, fornecedores de infraestrutura, operadores móveis e de satélites), os especialistas alertam que é fundamental que as empresas de telecomunicações façam uma escolha criteriosa dos parceiros ao entrar no mercado de satélite D2D.
"As parcerias bem-sucedidas serão provavelmente aquelas que reconhecem a importância dos membros da cadeia de valor e aquelas que conseguem coordenar e obter o apoio dos intervenientes em toda a cadeia de valor".
Como exemplo, os especialistas citaram ainda a fracassada parceria entre Qualcomm e Iridium, encerrada menos de 11 meses após assinatura contratual – motivado pela baixa adesão por parte do mercado no serviço de mensagens emergenciais via satélite.
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