Mercado de conectividade satelital marítima também tem impacto da pandemia

Foto: Pixabay

Uma das grandes aplicações de conectividade satelital, o mercado marítimo tem previsões de crescimento para os próximos anos, inclusive com a aceleração da transformação digital por conta da pandemia do coronavírus. De acordo com o regional manager da empresa de conectividade KVH Industries para a América do Sul, Maurício Rubinsztajn, há uma grande oportunidade para atendimento à tripulações, especialmente no momento pós-pandemia. "É uma nova realidade: 75% dos profissionais só aceitam trabalhar em empresas com boa Internet [nos navios]. E eles ficam de duas a quatro horas online todos os dias", declara.

Para Rubinsztajn, que participou nesta terça, 6, do último dia do Congresso Latinoamericano de Satélites, essa demanda, que inclui serviços de entretenimento e sociais, poderá ser atendida também por sistemas satelitais com órbitas mais baixas. "A órbita média já é uma realidade, já tem plataformas utilizando isso com latência bem menor do que os famosos 650 ms da geoestacionária, ficando entre 140 e 150 ms. Na LEO, vai ser na faixa de 20 ms, às vezes melhor até do que algumas conexões de fibra", argumenta. 

O representante da KVH enxerga oportunidade também para redes de Internet das Coisas sensíveis à latência e que também demandam maior capacidade de banda, como monitoramento de vídeo permanente. "O satélite LEO vai trazer grandes vantagens", coloca.

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Mercado

As oportunidades são fartas, segundo pesquisa da Euroconsult trazida por Rubinsztajn. O universo do mercado, sem considerar plataformas, conta com 159,8 mil navios, sem incluir pequenos navios e de pesca. A receita de conectividade VSAT desse mercado foi de US$ 1,4 bilhão em 2019, e deverá chegar a US$ 2 bilhões em 2023, pulando para US$ 2,39 bilhões em 2029. Quase metade disso será para navios mercantes, conforme indica o gráfico abaixo:

Dados da Eurconsult trazidos pela KVH

Segundo os dados da Euroconsult, o impacto da pandemia trouxe maior necessidade e requerimento da conectividade por VSAT:

  • Para 69%, a velocidade da digitalização foi acelerada com a covid-19;
  • 50% sentiram que demanda de banda crescendo;
  • 87% dizem que fornecedores de VSATs precisam inovar para continuar crescendo;
  • 23% dizem estar efetivamente analisando dados coletados;
  • Das aplicações atualmente implantadas, 30% são de navegação; 15% de vídeo conferência; 27% de performance do navio; 24% de segurança; 3% de seguro; e 27% de bem estar (lazer), o que é um dos maiores requerimentos.

No total, o mercado marítimo é uma oportunidade de US$ 4 bilhões em receita até 2029, saindo dos atuais US$ 2,8 bilhões. Já o de óleo e gás sairá de 9,3 bilhões e chegará a US$ 17 bilhões.

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