Provedores regionais também querem a faixa de 450 MHz

Além do interesse das utilities, a possibilidade de a Anatel tomar de volta as frequências de 450 MHz anima os provedores regionais. Segundo o diretor da Associação Brasileira de Provedores de Internet (Abrint), Basílio Perez, há aplicações possíveis de IoT e banda larga rural com as faixas, pelo menos se puderem adquirir blocos regionais em um eventual novo certame.

Perez refuta um comentário feito pelo diretor de banda larga do MCTIC, Artur Coimbra, durante o painel no evento na última quarta-feira, 5, de que "ninguém queria" a faixa de 450 MHz na época do leilão (junto com a de 2,5 GHz, em 2012). "Sempre quisemos o espectro porque tem uma característica específica rural, conseguindo 11 km de distância na cobertura", declara. Naquele momento, a ideia dos ISPs era de usar conectividade de 1 ou 2 Mbps, mas as oportunidades aumentaram com a possibilidade da Internet das Coisas, na qual até mesmo uma velocidade de 128 kbps poderia ser útil para trafegar pacotes pequenos de dados. "A faixa traz facilidade de comunicação muito grande, o sinal vai passar por cima de árvore e morros", explica.

Há também a questão do ecossistema para 450 MHz. Basílio Perez diz que representantes da Abrint recentemente viram uma solução mexicana que poderia endereçar isso. "Tinha um equipamento que vimos na semana passada que ajustava (a frequência) de 70 MHz a 3 GHz", afirma.

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Assim, ele diz que os ISPs vão querer participar de uma eventual licitação da faixa, caso a Anatel realmente a tome de volta das grandes operadoras. "Certeza que poderíamos participar do leilão, mas não [para bloco] nacional, porque fica caro e exclui provedores. Deveria ser sempre regional, ou para cidades", opina.

Perez entende que esse novo certame não deveria atrelar a faixa a um tipo específico de serviço, uma vez que além de aplicações em IoT, imagina que seria possível também atender localidades mais remotas do novo Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU) com banda larga. Embora a outorga continue como SCM, a tecnologia utilizada poderia ser o próprio LTE.  

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