Controlador da brasileira TIM, os italianos do Grupo TIM anunciaram nesta quarta-feira, 5, uma proposta de renovação do Conselho de Administração. A chapa prevêa recondução de Pietro Labriola como CEO para os próximos três anos, até dezembro de 2026.
O executivo já ocupou o posto de diretor e CEO da TIM Brasil e, desde o início de 2022, exerce o cargo mais alto da tele na matriz italiana. Ao indicar a chapa (que pretende ser majoritária), o Grupo TIM também propôs Alberta Figari como nova presidente do Conselho.
De acordo com a empresa, ao levar em conta as posições dos acionistas, foram submetidos 15 candidatos para participar do conselho, mesmo número da sua composição atual. No entanto, a ideia é que se feche a escolha em nove membros.
A empresa afirma que a redução considera a perda de negócio decorrente do seu plano de reestruturação (onde negócios de clientes e infraestrutura estão sendo segregados), sendo também "consistente com as tendências de longo prazo em companhias comparáveis".
Outra razão seria a oportunidade de conter os custos operacionais da governança corporativa. Com a redução, o Grupo TIM estima um custo bruto anual de 1,3 milhão de euros com o conselho. Para se ter ideia, essa despesa, hoje, é de 2,2 milhões de euros por ano, excluindo os diretores que ocupam cargos especiais.
A decisão da redução do Conselho, contudo, depende da Assembleia de Acionistas votar favoravelmente a proposta.
A lista dos membros elegíveis conta com nove homens e seis mulheres, de um total de 13 candidatos independentes. No geral, 10 nomes são de novos candidatos. Confira os nomes, com os asteriscos (*) significando membros independentes:
- Alberta Figari, nova candidata, para o cargo de Presidente*
- Pietro Labriola, para o cargo de CEO, cargo ocupado desde 21 de janeiro de 2022
- Giovanni Gorno Tempini, Diretor desde 31 de março de 2021
- Paola Camagni, Diretora desde 31 de março de 2021*
- Federico Ferro Luzzi, Diretor desde 31 de março de 2021*
- Domitilla Benigni, nova candidata*
- Jeffrey Hedberg, nova candidata*
- Paola Tagliavini, nova candidata*
- Maurizio Carli, Diretor desde 31 de março de 2021*
- Romina Guglielmetti, nova candidata*
- Leone Pattofatto, nova candidata*
- Antonella Lillo, nova candidata*
- Andrea Mascetti, nova candidata*
- Enrico Pazzali, nova candidata*
- Luca Rossi, nova candidata*
A TIM diz que eles foram selecionados para "assegurar, por um lado, um certo grau de continuidade para garantir que o máximo valor seja obtido com as atividades e transações extraordinárias iniciadas pelo Conselho anterior e, por outro lado, para garantir a inclusão de candidatos externos de alto perfil, trazendo experiência diversificada, que possam contribuir para o desenvolvimento futuro."
Plano Industrial 2024-2026
Também nesta quarta-feira, a Telecom Itália deu detalhes sobre o seu plano industrial para o período entre 2024 e 2026, justamente aquele que será executado pelos diretores a serem confirmados para o Conselho.
No período, a expectativa é que a receita do grupo, de 14,4 bilhões de euros pró-forma (excluindo flutuações cambiais, itens não recorrentes e mudança na área de consolidação) em 2023, tenha alta a uma Taxa de Crescimento Anual Composta (CAGR, na sigla em inglês) de 3% ao ano, enquanto as receitas locais da TIM Itália, que foram de 10 bilhões de euros no ano passado, avancem a um patamar de 2% por ano.
Já o EBITDA orgânico do conglomerado após Leasing, que foi de 3,5 bilhões pró-forma no último ano, deve aumentar a uma taxa de crescimento anual composta de 8%. No caso da TIM Itália, a expectativa é que o EBITDA orgânico após Leasing, de 1,9 bilhão de euros em 2023, deve crescer entre a uma taxa composta entre 9 a 10%, nos próximos três anos.
No caso do EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) Orgânico após Leasing Capex, a estimativa é elevar de 1,3 bilhão de euros, entre janeiro e dezembro do ano passado, para 2,2 bilhões em 2026. Para a operação doméstica italiana, o indicador é projetado em 1,1 bilhão ao final dos próximos três anos, praticamente o dobro do patamar atual, de 600 milhões.
Ainda, a Telecom Itália acredita em uma redução da dívida do grupo, no que diz respeito à relação dívida/EBITDA após Leasing, de 3,8 vezes, nas projeções pró-forma até 2023, para entre 1,6 a 1,7 vezes. Esse é um dos principais motivos para venda do negócio de infraestrutura do grupo.
Além disso, o Plano Industrial, prevê uma segunda onda do projeto de transformação de custos a nível doméstico, com metas incrementais de 400 milhões de euros até 2026, atreladas à simplificação e redução das estruturas de custos.
O comunicado também menciona a TIM Brasil. Neste ponto, é esperado um crescimento adicional nas receitas e no EBITDA, com aumento de geração de caixa de dois dígitos no horizonte no mesmo período.
Direcionamento
Na vertical de consumo, a empresa diz que continuará a estabilizar seu negócio principal, com um aumento gradual no ARPU (receita média por usuário) fixo e móvel, ao mesmo tempo em que melhora a convergência do cliente entre os dois setores. Em paralelo, desenvolverá a sua plataforma de clientes, mirando a expansão da receita "além da conectividade" por meio de novas parcerias e oportunidades em residências e pequenas e médias empresas (PMEs).
Já para a divisão focada em empresas, a companhia espera aproveitar de sua posição e vantagens competitivas para acelerar a receita de serviços, impulsionada por setores como Nuvem, Internet das Coisas (IoT) e cibersegurança.
Em especial, a TIM terá uma dedicação particular no segmento de Nuvem, graças a parcerias com operadoras globais e ao início operacional completo do Polo Estratégico Nacional na Itália, do qual a TIM é a principal acionista.