Durante a visita de Estado do presidente da Espanha, Pedro Sánchez, ao Brasil, o Ministério das Comunicações (MCom) e a Telebras assinaram um memorando de entendimento (MoU) com a operadora de satélites Hispasat e o Ministério da Economia, Comércio e Empresas espanhol.

O memorando prevê a análise das necessidades atuais de conectividade via satélite no Brasil, com o objetivo de atendimento de áreas remotas. Desenvolvimentos sobre infraestrutura satelital compartilhada e treinamentos para a cadeia de satélites no Brasil também fazem parte do compromisso.

Neste contexto, há expectativa que um próximo satélite da Hispasat possa ser lançado com acordo de longo prazo para contratação de capacidade de conectividade pelo Brasil (modelo similar já foi utilizado pela operadora espanhola ao lado de outros governos, como o da Groenlândia). Mas como a análise abrange necessidades presentes e futuras, o acordo pode incluir tanto capacidades existentes quanto nova infraestrutura satelital compartilhada, segundo apurou este noticiário. O satélite Amazonas Nexus, por exemplo, tem cobertura na região amazônica.

"São várias áreas no Brasil que não têm acesso às telecomunicações e queremos desenvolver [essa cobertura]", sinalizou o presidente espanhol Pedro Sánchez, em coletiva conjunta com o presidente Lula nesta quarta-feira, 6. Regiões remotas, aldeias, assentamentos, comunidades ribeirinhas e quilombolas foram citadas pela Telebras, em comunicado separado.

Negociações para o memorando com a operadora de satélites já estavam em curso e foram destacadas por TELETIME há uma semana, após encontro do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, com representantes da Hispasat em Barcelona. A empresa espanhola detém a Hispamar, que atua no Brasil a partir de diferentes direitos de exploração de satélites.

Relação bilateral

Além do memorando entre Telebras e Hispasat, os governos brasileiro e espanhol também firmaram acordos para áreas como a cooperação de universidades em ciência, tecnologia e inovação. Outros objetivos da visita de Sánchez ao Brasil foram a ampliação de relações comerciais, o aperfeiçoamento de trânsito de mercadorias entre os países e a eliminação de entraves para negócios.

Lula e Pedro Sánchez também destacaram o papel da Espanha como segundo maior investidor estrangeiro no Brasil pelo critério de controlador final – especialmente nos setores de telecomunicações, financeiro e energético, notou o chefe de Estado espanhol.

Uma das principais companhias do país europeu presentes em solo brasileiro é a Telefónica (Vivo), mencionada nominalmente por Lula no evento desta quarta-feira, 6. "A Telefónica sabe que vale e valeu a pena investir no Brasil", afirmou o presidente da República.